Costa diz que serviços mínimos estão a ser cumpridos e descarta requisição civil
Motoristas
12 de ago. de 2019, 10:31
— Lusa/AO Online
"Os serviços mínimos estão a ser assegurados,
está tudo dentro da normalidade", afirmou o primeiro-ministro à saída de
um ‘briefing’ com a Proteção Civil.O
Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) disse
anteriormente que os motoristas iam deixar de cumprir serviços mínimos
por considerar que o Governo e as empresas não estão a cumprir o direito
à greve.O primeiro-ministro considerou
que “o melhor que se pode desejar neste momento é que as partes
aproveitem para fazer negociações e ultrapassar” este conflito,
lembrando que, mesmo com serviços mínimos cumpridos, a greve não deixará
de afetar a vida das pessoas e a economia do país.Ainda
sobre a possibilidade de avançar com uma requisição civil, António
Costa disse que o desejo do Governo é não ter “de fazer mais do que o
que já foi feito”.“Temos as nossas
instituições preparadas para o que der e vier”, indicou, defendendo que a
mobilização das forças de segurança serve para evitar "situações de
conflito" e assegurar a paz e a ordem.Os motoristas de matérias perigosas avisaram hoje de manhã que iam deixar de cumprir os serviços mínimos.“Vamos
deixar de cumprir os serviços mínimos”, disse aos jornalistas o
porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, em
Aveiras de Cima, Lisboa, onde está reunido um piquete de greve.Pardal
Henriques acusou o Governo e as empresas de não estarem a respeitar o
direito à greve, afirmando que alguns trabalhadores “estão a ser
subornados”.“Há polícia e exército a
escoltar os camiões. Não foi o sindicato que quebrou os serviços
mínimos, mas sim as empresas e o Governo que violaram o direito à
greve", afirmou.Questionado pelos
jornalistas sobre a possibilidade de esta medida provocar a requisição
civil, Pardal Henriques disse que na prática isso já está a ocorrer.Os
motoristas cumprem hoje o primeiro dia de uma greve marcada por tempo
indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da associação
patronal ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma
progressão salarial.A greve foi convocada
pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias
(SIMM), tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos
Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).O
Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise
energética, que implica “medidas excecionais” para minimizar os efeitos
da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como
forças de segurança e emergência médica.