Falando
aos jornalistas no quartel-general da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), pouco depois de ter
participado na cimeira de líderes da Aliança, António Costa salientou
que Vladimir Putin sofreu duas derrotas ao invadir a Ucrânia, no passado
dia 24 de fevereiro. “A primeira grande
derrota que Putin teve foi a extraordinária capacidade de resistência
dos ucranianos, que demonstraram bem a sua alma nacional e a sua vontade
de proteger a independência do seu território, e uma segunda grande
derrota que Putin teve foi ter dado uma nova vida à NATO”, disse. Referindo-se
às palavras do Presidente francês que, em novembro de 2019, tinha
afirmado que a Aliança estava em “morte cerebral”, o primeiro-ministro
contrapôs que “hoje vê-se que a NATO está bem viva e reforçou
significativamente os seus laços transatlânticos”. “Não
foi a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) que enfraqueceu a
NATO, nem o facto de os Estados Unidos terem hoje uma outra atenção para
a região do Indo-Pacífico”, frisou. Questionado
pelos jornalistas se, em algum momento, a NATO poderá ter que elevar a
sua participação no conflito, Costa respondeu: “Esperemos que não, seria
péssimo sinal que assim fosse”. No que se
refere às forças portuguesas que poderão ser empenhadas nos países do
leste da NATO, o primeiro-ministro reiterou que, neste momento, Portugal
já está a “projetar uma companhia de infantaria para integrar um dos
novos batalhões de combate que vai estar sediado na Roménia”,
constituída por 174 militares. Além disso,
o primeiro-ministro sublinhou ainda que há “um conjunto de elementos em
estado de prontidão, às ordens do Comandante Supremo Aliado para a
Europa (SACEUR, na sigla em inglês), para poderem ser mobilizados a
qualquer momento, quer no quadro da força de intervenção rápida, quer da
força de reforço”.Interrogado se os
Aliados discutiram cenários de resposta no caso de uma eventual
utilização de armas químicas por parte da Rússia na Ucrânia, António
Costa sublinhou que, durante a cimeira, houve uma “afirmação muito clara
que todos os Estados beligerantes têm de cumprir as leis da guerra”. “A
guerra tem leis, tem regras, e, portanto, há um conjunto de armamento
que é proibida a sua utilização. Foi feita uma afirmação muito clara,
que consta da declaração final, que é inaceitável a violação de qualquer
lei da guerra e a utilização de qualquer armamento proibido”,
sublinhou.