Costa dedica mensagem de Natal ao “compromisso” do Governo de reforçar o SNS
26 de dez. de 2019, 07:04
— Lusa/AO Online
Ao
contrário do habitual, esta mensagem de Natal António Costa não foi
gravada na residência oficial do primeiro-ministro, mas, antes, na
Unidade de Saúde Familiar (USF) do Areeiro, em Lisboa, que entrou em
funcionamento no passado dia 16. O
primeiro-ministro defendeu que "o SNS - universal, geral e
tendencialmente gratuito - constitui uma das maiores conquistas da
democracia, permitindo, ao longo dos últimos 40 anos, prestar
assistência a todos os que dela necessitam, sobretudo em momentos de
especial fragilidade, e independentemente da respetiva condição
económica, estatuto social ou local de residência". "Sei
bem que a saúde é atualmente uma das principais preocupações dos
portugueses e que há vários problemas para resolver no SNS. Compreendo
bem a ansiedade daqueles que ainda não têm médico de família, que
aguardam numa urgência ou que esperam ser chamados para um exame, uma
consulta ou uma cirurgia", referiu primeiro-ministro.Depois
de ter dirigido "uma palavra solidária" a todos os que estão a
enfrentar a doença e de expressar o seu "profundo reconhecimento a todos
os profissionais que diariamente dão o seu melhor" para assegurar à
população em geral os cuidados de saúde., António Costa identificou os
cuidados de saúde primários como "a base do SNS e o melhor caminho para
atingir a meta de cobertura universal em saúde"."Por
isso, escolhi dirigir-vos esta mensagem de confiança e compromisso a
partir de uma das mais recentes USF, para expressar a determinação do
Governo em reforçar a capacidade de resposta de proximidade do SNS, para
que este seja, cada vez mais, um motivo de orgulho nacional. Como
sabem, ao longo dos últimos quatro anos, recuperámos a dotação
orçamental do SNS, admitimos mais 15 mil profissionais, e aumentámos o
número de consultas e intervenções cirúrgicas realizadas. Mas sabemos
bem que não é suficiente e que temos o dever de fazer mais e melhor",
assumiu o líder do executivo.De acordo com
António Costa, a gestão orçamental feita pelo seu Governo desde
novembro de 2015, permite "agora atacar de modo sustentável a crónica
suborçamentação e o contínuo endividamento dos serviços de saúde". "A
proposta de Orçamento de Estado para 2020, já apresentada na Assembleia
da República, contempla o maior reforço de sempre no orçamento inicial
da saúde e confere maior autonomia aos hospitais para garantir uma maior
eficiência e responsabilidade na gestão do seu dia a dia. O programa de
melhoria da resposta do SNS que aprovámos recentemente prevê ainda um
conjunto de investimentos em infraestruturas e equipamentos de saúde,
autoriza a contratação de mais 8400 profissionais de saúde - médicos,
enfermeiros e outros profissionais - , bem como o pagamento de
incentivos para a redução das listas de espera através da realização de
mais cirurgias e mais consultas, incluindo ao sábado. Vamos também
continuar a alargar a oferta de médico de família", salientou o
primeiro-ministro.Ainda em relação ao
próximo ano, António Costa disse que o seu executivo vai "duplicar o
ritmo de investimento em cuidados continuados, abrindo mil novas camas,
das quais 200 de saúde mental". "E vamos,
já a partir de 2020, começar a eliminar faseadamente as taxas
moderadoras nos cuidados de saúde primários e nos tratamentos prescritos
no SNS. Estas decisões que já tomámos mostram bem a prioridade que
atribuímos ao setor da saúde e sabemos que temos de dar continuidade a
este esforço nos próximos anos", sustentou. Nesta
sua mensagem, o primeiro-ministro disse ter consciência que o país
"enfrenta muitos outros desafios", como "o combate às alterações
climáticas, à pobreza, pelo acesso à habitação, a melhoria do emprego,
da educação e o fortalecimento do crescimento económico". "Mas
neste ano em que assinalámos o quadragésimo aniversário do SNS foi
mesmo de saúde que vos quis falar. Porque, mais do que celebrar o
passado o nosso dever é responder às necessidades do presente e garantir
o melhor futuro para o SNS, como poderoso instrumento de igualdade e
progresso social ao serviço de todos", justificou.
António Costa assumiu mesmo que pretendeu hoje deixar aos portugueses
"uma mensagem de compromisso e confiança, olhos nos olhos, nesta noite"
de Natal.Numa das poucas notas foram do
âmbito da política de saúde, o líder do executivo desejou "um feliz
Natal a todos os que residem em Portugal e às comunidades portuguesas da
diáspora".O primeiro-ministro transmitiu,
ainda, um "abraço fraterno aos que, nesta quadra, estão longe dos seus
familiares, em particular aos que estão a trabalhar assegurando o
funcionamento de serviços essenciais e aos militares e membros das
forças de segurança que se encontram em missão no estrangeiro".