Costa convoca para quinta-feira reunião da Comissão Política do PS
8 de nov. de 2022, 11:59
— Lusa/AO Online
A reunião da Comissão
Política do PS, marcada para as 21h00, na sede nacional deste partido,
em Lisboa, acontece numa fase em que a proposta do Governo de Orçamento
do Estado para 2023 está em fase de discussão na especialidade, depois
de ter sido aprovada na generalidade com os votos da maioria absoluta
socialistas e as abstenções dos deputados único do Livre e do PAN.No
plano interno, esta reunião do órgão de direção alargada dos
socialistas realiza-se poucos dias após as eleições para as comissões
políticas das federações deste partido, em que prevaleceu a continuidade
em relação aos cargos dirigentes destas estruturas.De
acordo com os resultados divulgados no domingo pela direção do PS, os
militantes socialistas elegeram seis novos líderes federativos, em
Braga, Bragança, Oeste, Porto, Portalegre e Vila Real, e reelegeram os
presidentes de 13 federações.Mas a
Comissão Política Nacional do PS também vai acontecer após um período em
que se colocaram dúvidas sobre o cumprimento da lei das
incompatibilidades por parte de vários membros dos executivos, atingindo
os ministros das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, da Saúde, Manuel
Pizarro, da Ciência, Elvira Fortunato, e da Coesão Territorial, Ana
Abrunhosa.E coincide com um momento em que
está a ser criticada a atuação política do secretário de Estado Adjunto
do primeiro-ministro, Miguel Alves, num caso referente às suas
anteriores funções de presidente da Câmara de Caminha.Vários
partidos da oposição, como o PSD, consideram que Miguel Alves “não está
suficientemente habilitado” para se manter em funções no Governo, quer
por não ter conseguido esclarecer o que o levou a adiantar 300 mil euros
a um empresário para a construção de um centro de exposições que ainda
não começou a ser edificado, quer por ser arguido em processos.As
críticas estenderam-se ao PS com a ex-ministra Alexandra Leitão a
lamentar o silêncio e o teor da entrevista concedida por Miguel Alves ao
JN e TSF, e a lembrar que em 2016 três secretários de Estado saíram do
executivo de António Costa depois de terem sido constituídos arguidos.Daniel
Adrião, membro da Comissão Política do PS e que lidera a minoria de
oposição à direção do PS, manifestou já apoio a esta posição de
Alexandra Leitão.“A minha camarada
Alexandra Leitão teve a coragem, qualidade rara em política, mas que
nela não rareia, de dizer em voz alta o que muitos pensam e sussurram em
conversas de pé de orelha, mas que não têm o destemor de afirmar em
público. Sucede, que Alexandra Leitão verbalizou uma mais do que
elementar inferência retirada por qualquer cidadão médio: Miguel Alves
não tem condições para se manter no governo. Das duas uma: Ou já se
devia ter demitido ou já devia ter sido demitido”, escreveu Daniel
Adrião nas redes sociais.Na entrevista que
concedeu ao JN e TSF, o secretário de Estado Ajunto do
primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Caminha, que está a ser
investigado pelo Ministério Público, alegou que esteve em silêncio
porque dirigiu as primeiras explicações à Procuradoria-Geral da
República (PGR).Na semana passada, o
primeiro-ministro foi questionado se mantém a confiança política no seu
secretário de Estado e respondeu: “Com certeza, senão não estaria como
membro do Governo”, disse.