Costa avisa que chumbar é travar avanços e impedir novas medidas na especialidade
27 de out. de 2021, 18:15
— Lusa/AOonline
“Chumbar
a proposta é impedir a consolidação de avanços e impedir a
concretização de novas medidas em sede de especialidade. Qual é a
justificação e qual é a racionalidade de impedir que se concretize
aquilo que já se alcançou nas negociações e de travar novas melhorias?”,
questionou António Costa na intervenção de encerramento do debate
parlamentar na generalidade proposta do Governo de Orçamento do Estado
para 20022.Um
discurso que proferiu momentos antes de a proposta orçamental do
Governo ser votada e reprovada com os votos das bancadas à direita do
PS, mas também do Bloco de Esquerda, PCP e PEV.O
primeiro-ministro abriu a sua segunda intervenção de fundo dizendo que
no final destes dois dias de debate parlamentar se apresenta “com a
serenidade mas também com a liberdade de quem está de consciência
tranquila”.“Estou
de consciência tranquila porque fiz tudo, tudo mesmo, para assegurar a
viabilidade deste Orçamento, sem aceitar em boa consciência aquilo que
não acredito que o país pudesse suportar”, declarou, numa alusão a
algumas medidas propostas por Bloco de Esquerda e PCP ao longo das
negociações orçamentais.Segundo
António Costa, no final do debate, há a “consciência de que o Governo
apresentou uma boa proposta de Orçamento, que está centrada nas
prioridades do país e que é absolutamente coerente com a visão
estratégica que o executivo tem para Portugal”.“Tudo
depende desta Assembleia da República. O que vai ser votado – é preciso
que fique claro - já não é só a proposta de Orçamento que partiu do
Governo, mas, também, o que, entretanto, foi acordado com o BE, PCP,
PEV, PAN e deputadas não inscritas para incorporar no diploma. O que vai
determinar a votação daqui a pouco é se, na especialidade, estes
compromissos de convertem em norma do Orçamento do Estado, ou se foram
apenas boas intenções”, advertiu o líder do executivo.António
Costa salientou que, na fase de generalidade, “o que se vai votar hoje é
se o trabalho parlamentar é interrompido ou se, pelo contrário,
prossegue na especialidade para se garantirem avanços importantes
alcançados ao longo das negociações”.O
primeiro-ministro destacou então medidas como o aumento extraordinário
das pensões a partir de 01 de janeiro, dizendo que hoje se decide se
chumba já na generalidade.“O
que agora se decide é se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem reforço
de mais 700 milhões de euros, ou vai ficar limitado aos duodécimos do
Orçamento em vigor. Se iniciamos o processo de gratuitidade das creches,
ou se é adiado. Se as famílias vão ver diminuído o IRS ou não. Se 170
mil famílias, que podem passar a estar isentas de IRS por aumento do
mínimo de existência, vão para o ano pagar ou deixar de pagar este
imposto”, apontou.Nesta
parte da sua intervenção, o primeiro-ministro elogiou o discurso
minutos antes feito n parlamento pela porta-voz do PAN, Inês de Sousa
Real, dizendo que “sublinhou bem que o chumbo da proposta de lei do
Orçamento na generalidade é impedir a consolidação de todos estes
avanços que as negociações permitiram”.“É
fechar a porta a novos avanços que o trabalho na especialidade pode
ainda vir a abrir. O voto na generalidade não limita em nada uma
avaliação do resultado aquando da votação final global. Ninguém pede um
cheque em branco, mas temos a obrigação de consagrar em força de lei os
compromissos já negociados e assumidos”, acrescentou.