Costa aponta meta de 26 mil camas para estudantes até 2026

15 de set. de 2022, 16:45 — Lusa/AO Online

Este objetivo foi transmitido por António Costa na Academia das Ciências, em Lisboa, no encerramento de uma sessão destinada à assinatura de 119 projetos para residências de estudantes do ensino superior e que teve a presença dos ministros do Ensino Superior, Elvira Fortunato, e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.Nesta cerimónia, foram assinados contratos relativos a projetos com financiamento já assegurado. Além de instituições de ensino superior, os contratos incluíram entidades sociais, autarquias, entre outros organismos públicos.No total, segundo o Governo, os 119 projetos de residências de estudantes com verbas garantidas abrangem 51 municípios, dos quais 23 são relativos a edifícios que serão construídos de raiz, totalizando 9.356 novas camas.“Estamos perante uma mobilização geral da sociedade portuguesa para assegurar um objetivo fundamental: Termos alojamento estudantil a preço acessível para eliminar uma das maiores barreiras de acesso ao Ensino Superior”, declarou o primeiro-ministro.No seu discurso, António Costa salientou que, de 15 mil camas, Portugal vai passar para 26 mil camas até ao final de 2026.“A meta não é individualizada por instituto politécnico, por universidade ou por municípios. Ou cumprimos tudo ou não recebemos nada”, advertiu, numa alusão às regras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).Segundo o primeiro-ministro, em matéria de estratégia para a melhoria das qualificações, até 2030, seis em cada 10 jovens com 20 anos deverá frequentar o ensino superior. Entre os 30 e os 34 anos, Portugal deverá ter 50% deste grupo etário com o ensino superior concluído também até ao final da década.“Hoje, depois dos progressos nos últimos 20 anos, já temos 43,7%”, observou, antes de se referir à crescente diversificação da oferta ao nível do ensino superior, que já contempla 138 localidades.De acordo com António Costa, essa subida em termos de oferta aumenta também o número de alunos deslocados em todo país - um movimento que considerou importante na aprendizagem cívica e no crescimento de cada jovem, mas que implica igualmente mais alojamentos.“Sabemos bem como a liberalização do mercado da habitação é irreversível e aumentou significativamente a pressão sobre o custo do alojamento. O crescimento da procura turística do país também tem pressionado muito o preço da habitação, com muitas habitações convertidas em alojamento local”, apontou o líder do executivo.Neste contexto, segundo o primeiro-ministro, o Estado “tem mesmo de fazer este investimento em alojamento para estudantes do ensino superior”.“Temos de conseguir mobilizar todos os recursos e, por isso, no PRR uma das prioridades foi mesmo o investimento no alojamento para os estudantes do ensino superior. São 375 milhões de euros”, considerou.No entanto, de acordo com António Costa, as necessidades fizeram com que o número de projetos aprovados ultrapassasse a dotação montante e essa situação levou o executivo a reforçar com mais 72 milhões de euros este programa.“Brevemente teremos outra cerimónia para contratualizar com mais entidades”, adiantou.Elvira Fortunato, que abriu a sessão, elogiou a ação do seu antecessor na pasta do Ensino Superior, Manuel Heitor, ao nível dos contratos de financiamento para residências de estudantes.Depois, a ministra defendeu que o país está perante “o maior investimento de sempre em residências para estudantes do ensino superior”.“Face ao reforço que foi possível efetuar no PRR será possível passar para a totalidade dos 134 projetos aprovados, o que irá envolver mais três concelhos, além dos 51 municípios já abrangidos. Teremos uma maior cobertura nacional, em especial na região dos Açores”, disse.No total, o executivo, afirma ter financiamento do PRR garantido para novas 15.800 camas, projetos que serão concretizados até 2026, o que irá duplicar a oferta pública de alojamento estudantil.Em linhas gerais, o Governo reforça agora o financiamento do Plano Nacional de Alojamento Estudantil (PNAES), para o qual já tinham sido destinados 375 milhões de euros do PRR. Em causa estão cerca de 2.500 camas novas do total das 12 mil anunciadas em julho pelo Governo. O Governo salienta ainda que estão garantidos 9400 lugares em residências que serão construídas ao longo dos próximos quatro anos.