Costa anuncia que Portugal organiza conferência internacional sobre incêndios em 2023
COP27
8 de nov. de 2022, 12:41
— Lusa/AO Online
“Uma
palavra muito dolorosa sobre os incêndios rurais - uma realidade nem
sempre abordada neste fórum [das Nações Unidas], mas da maior
importância para a redução de emissões e para a capacidade de a floresta
desempenhar o seu papel de sequestro de carbono”, declarou António
Costa no seu discurso perante a COP27, que decorre até ao próximo dia 18
em Sharm el-Sheikh, no Egito.De acordo
com o líder do executivo português, estima-se que 6% das emissões
mundiais resultem de incêndios de causa humana e assinalou que em anos
mais extremos esse valor pode chegar a representar 20%.“Melhorias
significativas nas políticas e nos processos de prevenção e extinção de
incêndios são assim um importante contributo para a redução de emissões
e a defesa das florestas. É nesse quadro que, em 2023, organizaremos em
Portugal a 8ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais,
onde se pretende construir um referencial do risco de incêndio e o
modelo de governança do mesmo”, disse.O primeiro-ministro convidou depois todos os países representados na COP27 a participarem neste evento.“Portugal
não perde de vista os seus compromissos. As nossas metas são
ambiciosas, mas temos conseguido cumpri-las e até antecipá-las”,
defendeu António Costa, fazendo então alusão à entrada em vigor da nova
Lei de Bases do Clima, que foi aprovada na anterior legislatura.“Reforçamos
o nosso objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050, com o
compromisso de estudar a viabilidade da sua antecipação até 2045.
Conseguimos antecipar em dois anos o encerramento das nossas últimas
centrais a carvão, que já deixaram de funcionar no ano passado e, apesar
da crise energética, não vamos reativar. Continuamos também a apostar
nas renováveis e temos a capacidade e a ambição de passar de
importadores de energia fóssil a exportadores de energia verde”,
sustentou.O líder do executivo observou
então que as energias renováveis em Portugal “representam já cerca de
60% da eletricidade consumida” no país, sendo a meta “atingir os 80% até
2026”.“Estamos também convictos de que o
hidrogénio verde e outros gases renováveis são energias para o futuro. E
alcançámos há poucos dias um acordo com a França e a Espanha para a
criação de um corredor verde para servir o Centro da Europa”, referiu a
seguir.No seu discurso, António Costa
referiu que, este ano, Portugal coorganizou com o Quénia, em Lisboa, a
2.ª Conferência dos Oceanos em Lisboa.“A
gestão sustentável dos oceanos é também central para a nossa resiliência
às alterações climáticas. Destaco, nesse âmbito, o Fórum de
Investimento em Economia Azul Sustentável, no qual foram assumidos
compromissos no valor de 10 mil milhões de euros. Dado o sucesso desta
iniciativa, iremos realizar em 2023 a segunda edição deste fórum”,
acrescentou.