Costa afirma que PS não vai assinar acordos escritos de legislatura
11 de out. de 2019, 07:08
— Lusa/AO Online
Esta posição foi
transmitida à agência Lusa por vários dirigentes socialistas que ouviram
a intervenção de fundo de António Costa na reunião desta noite da
Comissão Política Nacional do PS, em Lisboa.Nessa
intervenção, António Costa disse que, desta vez, não se repetirá a
assinatura de declarações conjuntas do PS com o Bloco de Esquerda, PCP e
PEV, tal como em 2015, mas salientou logo a seguir que a metodologia de
trabalho adotada na anterior legislatura se manterá, sendo agora
alargada ao PAN e Livre.O comunicado final
da reunião da Comissão Política Nacional do PS traduz esta ideia do
líder socialista, não referindo qualquer compromisso escrito de início
de legislatura, numa alusão aos resultados da ronda de conversações que
António Costa teve com o Bloco de Esquerda, PCP, PEV, Livre e PAN na
quarta-feira."Resultou ainda dos contactos
que, à semelhança da legislatura agora finda, será prosseguida uma
metodologia idêntica de apreciação prévia das propostas de orçamentos do
Estado e de outras relevantes para a estabilidade governativa",
refere-se no comunicado.Fonte socialista
adiantou à agência Lusa que, se o PS fizesse um acordo escrito de
legislatura apenas com o Bloco de Esquerda, estaria agora a hierarquizar
parceiros na nova solução política, o que dentro do PS se considera
indesejável.Por outro lado, na sua
intervenção, António Costa, para desdramatizar a ausência de qualquer
acordo escrito, afirmou que o teor das anteriores declarações conjuntas
com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV se esgotou há dois anos, a meio da
legislatura.O importante, segundo o
secretário-geral do PS, é que o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, assim como
o Livre e o PAN, estão disponíveis para "análise conjunta prévia de
orçamentos do Estado" e de outros documentos relevantes do ponto de
vista político, assim como também não votam moções de rejeição ou de
censura vindas de forças da direita.No
comunicado final da reunião referente aos resultados dos contactos
mantidos pelo secretário-geral do PS com o Bloco de Esquerda, PCP, PEV,
Livre e PAN, os socialistas dizem concluir que ficou "claro" que António
Costa "tem condições para formar Governo"."Todos
os partidos manifestaram vontade de trabalhar para que haja mais quatro
anos de estabilidade política, estabilidade que é essencial para o
desenvolvimento do país, para a confiança que gera crescimento e para a
nossa credibilidade externa", lê-se no comunicado.Em
relação às eleições de domingo passado, na sua intervenção perante a
Comissão Política do PS, António Costa referiu que os socialistas
venceram em 15 dos 20 círculos eleitorais do país."O
PS foi o partido mais votado, reforçou a sua representação na
Assembleia da República e passou a ser o único partido que elegeu em
todos os círculos eleitorais do território nacional", acrescentou.