Costa afirma que portugueses querem estabilidade e que é preciso respeitar instituições
12 de abr. de 2023, 10:38
— Lusa/AO Online
Esta
posição foi assumida por António Costa em declarações aos jornalistas
no final da sua visita de dois dias à Coreia do Sul, e aplicou-a quer à
questão sobre a eventual realização de eleições antecipadas, quer em
relação à evolução dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito
sobre a gestão da TAP.Confrontado com as
correntes de opinião que entendem que o país se depara atualmente com um
clima de instabilidade governativa, o líder do executivo respondeu:
“Não vou comentar os comentadores”.“Sobre
estabilidade só há uma fonte que posso verdadeiramente citar: Os
portugueses. Quando lhes foi perguntado se queriam estabilidade ou
instabilidade, disseram, de uma forma clara e inequívoca, que queriam
estabilidade. É aí que nos devemos concentrar”, sustentou.Já
quando foi questionado sobre se os portugueses merecem mais explicações
sobre a TAP face ao que tem sido apurado na comissão parlamentar de
inquérito, António Costa reagiu: “Merecem sobretudo respeito pelas
instituições”.“E há uma instituição
fundamental que é a Assembleia da República. A Assembleia da República
decidiu fazer uma comissão parlamentar de inquérito e devemos respeitar
que essa comissão de inquérito faça o seu trabalho e tire as suas
conclusões”, alegou.António Costa fez
depois uma analogia entre a evolução da comissão parlamentar de
inquérito e um processo judicial, referindo que o Ministério Público
“faz a investigação, faz a acusação, os tribunais julgam e o dever dos
cidadãos é aguardar calma e serenamente que haja julgamento”.No
plano político, “quando é aprovado um decreto-lei, a seguir esse
decreto é enviado para o Presidente da República para o promulgar. E o
Presidente da República decide se promulga, se veta ou se suscita
questões de constitucionalidade. E o que devemos fazer? Aguardar a
decisão do Presidente da República. Isto é respeitar as instituições”,
reforçou.De acordo com António Costa, “a
Assembleia da República faz o seu trabalho, o Presidente da República
faz o seu trabalho, os tribunais fazem o seu trabalho e o Governo faz o
seu trabalho – e é assim que deve funcionar”.Ainda
nesta questão, o primeiro-ministro observou que o Governo está
mandatado para executar o seu programa “e, quando surge um problema,
deve enfrentá-lo, procurando soluções, sejam esses problemas quais
forem”.Deu depois exemplos de problemas
que surgiram no país e que, segundo ele, foram ultrapassados pelos seus
governos ao longo dos últimos anos: a crise no sistema financeiro, o
procedimento por défice, riscos de não haver crescimento económico,
pandemia da covid-19 e situação de elevada inflação nos alimentos e na
energia.“Numa situação tão incerta como
aquela que nos rodeia, uma guerra e uma crise inflacionista, é
importante que haja confiança suficiente dos agentes económicos para se
seguir em frente. Essa tem sido uma das grandes forças de Portugal e
essa força deve ser preservada”, acrescentou.