Costa afirma que percebe e respeita decisão de Carlos César abandonar o parlamento
11 de jul. de 2019, 09:30
— Lusa/AO Online
Falando no jantar
de fim da legislatura da bancada do PS e logo após Carlos César ter
anunciado que não se recandidataria ao lugar de deputado nas próximas
eleições legislativas, António Costa discursou para destacar a
"determinação" como uma das "grandes qualidades" do seu líder
parlamentar."Ao longo destes quatro anos
tivemos sempre a mesma conversa e, apesar de o meu otimismo nunca me ter
permitido desistir da insistência, a verdade é que a determinação de
Carlos César venceu o meu otimismo"."Percebo
muito bem, respeito como camarada e amigo a decisão que o Carlos César
tomou. E queria agradecer-lhe, pois lembro-me bem como nos desafiámos
mutuamente para sairmos das nossas zonas de conforto. Eu, para ser
secretário-geral do PS. Ele para regressar à vida política ativa",
afirmou.António Costa contou depois que
conhece pessoalmente Carlos César desde 1976 e que desde essa altura
construíram os dois "uma bela amizade que, não só não envelheceu, como
se foi fortalecendo ao longo dos anos"."Sempre
tive uma enorme admiração por Carlos César, sobretudo pela sua
assertividade. Os Açores são hoje um dos grandes bastiões do PS",
comentou, num jantar em que esteve presente o presidente do Governo
Regional açoriano, Vasco Cordeiro.O líder socialista salientou a seguir que o PS poderá contar com Carlos César como presidente do partido."Por
isso, não é uma retirada da política, ainda que seja uma retirada da
Assembleia da República. Tenho a certeza de que estes quatro anos não
teriam sido possíveis sem o conselho, a palavra, o aviso e a atenção do
Carlos César", considerou.Na sua
intervenção, António Costa agradeceu ainda o apoio que lhe foi dado ao
seu Governo pela bancada socialista ao longo dos quatro anos, alegando
que a alternativa de executivo "deve-se indiscutivelmente em primeiro
lugar ao PS".No seu breve discurso,
António Costa voltou a elogiar a ação de Ferro Rodrigues como presidente
da Assembleia da República, apontando que a sua eleição para o cargo
foi o primeiro "grande momento" da legislatura da atual maioria de
esquerda.Na primeira intervenção do
jantar, o presidente da Assembleia da República, agradeceu ao líder
parlamentar do PS, Carlos César, e ao secretário-geral socialista,
António Costa, a sua eleição para o cargo que ocupa desde 23 de outubro
de 2015.A formação da atual maioria
política, segundo Ferro Rodrigues, constituiu "um momento importante
para a democracia, porque passou a haver uma alternativa de governação",
mas também para a própria "estabilidade política em Portugal".Ferro
Rodrigues elogiou também o Governo "pela sua enorme realização em
matéria social", assim como os resultados das finanças públicas, com as
obrigações de Portugal a dez anos a situarem-se na casa dos 0,5%."Há
aqui capacidade do nosso ministro [das Finanças] Mário Centeno. Um dos
governos mais à esquerda da Europa é um dos que goza de maior confiança
por parte dos mercados internacionais", disse.O
presidente da Assembleia da República, que tinha acabado de regressar
de uma visita oficial a Angola, fez também questão de se referir ao novo
quadro diplomático luso-angolano."Tenho
52 anos de vida política e fui pela primeira vez a Angola. Antes, por
motivos políticos, recusava-me a ir a Angola", acrescentou.