Costa afirma que Europa mais social é vacina contra os populismos
UE/Presidência
6 de jan. de 2021, 12:34
— Lusa/AO Online
Esta
posição foi assumida por António Costa numa conferência de imprensa
conjunta com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, após uma
reunião entre ambos no Centro Cultural de Belém, em Lisboa - encontro
que constituiu o primeiro ato formal da presidência portuguesa do
Conselho da União Europeia (UE).Questionado
sobre a tradicional oposição de Estados-membros europeus mais liberais
(casos da Irlanda ou da Holanda) a um aprofundamento de regras de
caráter social na União Europeia, o primeiro-ministro português defendeu
a importância da cimeira social prevista para 07 de maio no Porto, onde
se procurará um compromisso comum em torno do pilar social."No
dia seguinte, no dia 08 de maio, também no Porto, haverá um Conselho
informal, onde será trabalhada uma declaração que reafirme o compromisso
de todos os Estados-membros no sentido de desenvolver este pilar social
- um pilar que não vale por si só, mas que deve ser encarado como uma
base sólida para dar confiança a todos os cidadãos", reagiu António
Costa.De acordo com o primeiro-ministro, a
União Europeia enfrenta os desafios das transições climática e digital
"e ninguém deve ficar para trás"."O medo é
aquilo que mais alimenta o populismo. Se queremos combater o populismo
de forma eficaz, temos de dar confiança aos cidadãos - confiança perante
aquilo que são os receios", sustentou.No
presente, António Costa apontou a doença da covid-19 como o principal
receio manifestado pelos cidadãos, razão pela qual o processo de
vacinação em curso na União Europeia "é fundamental"."Mas
há também outros receios. As pessoas têm receio que com a digitalização
o seu posto de trabalho seja ocupado por um robô, e têm medo de que com
a transição climática haja impacto em indústrias tradicionais como a do
automóvel. Temos também de nos vacinar contra esses medos", argumentou.Para
António Costa, uma das vacinas contra o medo passa pela existência "de
um pilar social forte" na União Europeia, que dê prioridade "às
qualificações e às requalificações dos cidadãos"."Temos
de investir na inovação para que haja maior competitividade, mas também
tem de haver proteção alargada para que ninguém fique para trás e todos
participem na sociedade do futuro, que se pretende mais sustentável do
ponto de vista ambiental e mais digital", acrescentou.