Costa afirma que emprego será prioridade em 2018 sem esquecer luta contra incêndios
26 de dez. de 2017, 06:54
— Lusa/AO Online
António
Costa dedicou toda a primeira parte da mensagem de Natal às tragédias
ocorridas com os incêndios em junho e em outubro deste ano, dizendo que o
Governo nunca esquecerá "a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível
de destruição" provocado por estas catástrofes."Reafirmo,
perante os portugueses, o compromisso de fazer tudo o que tem de ser
feito para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível,
tragédias como a que vivemos. Melhorando a prevenção, o alerta, o
socorro, a capacidade de combater as chamas", salientou.Na
perspetiva do líder do executivo, porém, a par dos meios de prevenção e
de combate aos fogos, o país deve concentrar-se também "com
persistência no que exige tempo, mas que é o mais decisivo e estrutural:
a revitalização do interior e o reordenamento da floresta". "Os
portugueses estão unidos e mobilizados para esta causa. É um grande
desígnio de Portugal e dos portugueses. Todos juntos vamos alcançá-lo",
declarou, já depois de ter lamentado as consequências dos incêndios de
junho e de outubro no país, que provocaram mais de 100 mortos, cerca de
350 feridos e milhões de euros de prejuízos."Foi
uma tragédia para as famílias que perderam os seus familiares e os seus
bens, foi uma tragédia para as populações e as terras fustigadas pelo
fogo, foi uma tragédia para todo o país e foi um momento de luto
nacional que sofremos coletivamente", referiu, enaltecendo, depois, "a
coragem, o altruísmo, a entreajuda, a enorme onda de solidariedade” que
cresceu em Portugal.António
Costa aproveitou ainda para destacar a importância da ação desenvolvida
pelas populações das zonas atingidas, dos autarcas, dos bombeiros
voluntários e profissionais, dos militares, das forças de segurança, dos
escuteiros, de médicos e enfermeiros. "Não
esqueceremos a vontade de não desistir, de não abandonar, de
reconstruir o que foi destruído, de fazer renascer o que foi devastado.
Disso tenho sido testemunha nas muitas visitas de trabalho que tenho
feito aos concelhos atingidos", vincou.Os assuntos económico-financeiros estiveram em destaque na segunda parte da mensagem de Natal de António Costa.Neste
capítulo, o primeiro-ministro congratulou-se com os resultados
alcançados em 2017, apontando que o país saiu do Procedimento por
Défices Excessivos na União Europeia, que o crescimento será "o maior"
desde o início do século e sustentando que foram criados 242 mil novos
postos de trabalho."Libertámo-nos
da austeridade e conquistámos a credibilidade. Chegou o tempo de vencer
os bloqueios ao desenvolvimento", considerou, antes de adiantar que o
emprego "é a prioridade" que o Governo definiu para 2018."Emprego
digno, salário justo e oportunidade de realização profissional são
condições essenciais para os jovens perspetivarem o seu futuro em
Portugal. Não um futuro adiado, mas um futuro alicerçado em boas
oportunidades de formação e de emprego qualificado, de habitação
acessível, numa sociedade dinâmica, aberta ao mundo, que garanta a
liberdade de plena realização pessoal", justificou.O
primeiro-ministro defendeu depois a tese de que só com emprego de
qualidade Portugal poderá ter "um crescimento sustentável", estando
preparado para "agarrar as oportunidades que o futuro traz e para
enfrentar os desafios tão complexos do século XXI, como as alterações
climáticas, a construção da sociedade digital ou o declínio
demográfico"."Este
ano confirmou que, perante as dificuldades, os portugueses se unem na
solidariedade e com determinação. É com essa energia e com essa vontade
que contamos em 2018 continuar com mais crescimento, melhor emprego,
maior igualdade", acrescentou.Na
sua mensagem de Natal, tal como nos dois anos anteriores, o
primeiro-ministro deixou palavras de "especial carinho" às comunidades
portuguesas espalhadas pelo mundo, de "louvor e reconhecimento aos
militares das Forças Armadas e aos elementos das forças de segurança que
se encontram em missões de paz", assim como palavras de "gratidão aos
que se encontram a trabalhar" neste período de festas.