Autor: AO Online/Lusa
A 30.ª conferência da ONU sobre o clima, a COP30, começou hoje em Belém, no Brasil, e prolonga-se até dia 21.
Os países, uma obrigação decorrente do Acordo de Paris de há 10 anos, deviam já ter apresentado as suas contribuições para a redução global de emissões de GEE, as chamadas “contribuições nacionalmente determinadas”, ou NDC, mas até final de setembro só 64 o tinham feito.
Agora, com os novos anúncios, mais de metade dos 195 signatários do Acordo de Paris publicaram as suas metas para os próximos dez anos, representando em conjunto 69% do total das emissões globais.
A ONU estimou hoje que, com base nas novas metas, será atingida uma redução de 12% nas emissões globais até 2035 em comparação com os níveis de 2019.
Antes das novas NDC agora conhecidas, a redução, segundo a ONU, seria de cerca de 10%.
Mesmo os 12% são insuficientes para limitar o aquecimento global a um aumento de 1,5ºC (graus celsius) em relação à era pré-industrial, o principal objetivo do Acordo de Paris.
No entanto segundo a ONU antes da assinatura do acordo a previsão era de um crescimento das emissões entre 20% e 48% até 2035.
Na abertura hoje da COP30 em Belém, o secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Simon Stiell, alertou que as NDC "não estão a reduzir as emissões com a rapidez suficiente".
Os combustíveis fósseis são os principais causadores das emissões de GEE, especialmente de dióxido de carbono. Esses gases lançados para a atmosfera provocam um efeito de estufa e o aquecimento do planeta, levando nomeadamente à desregulação do clima.
Entre os signatários do Acordo de Paris que reviram ou apresentaram metas entre setembro e o passado domingo estão os Estados-membros da União Europeia, que chegaram a acordo em vésperas da conferência climática após longas discussões.
Na lista constam ainda a China, a África do Sul, a Tailândia e a Venezuela, entre outros.