COP que dar mais condições aos atletas e negociar rapidamente novo contrato
Paris2024
11 de ago. de 2024, 19:14
— Lusa/AO Online
“Estamos
praticamente de partida de Paris, teremos a possibilidade, como fizemos
em Tóquio, de capitalizar estes resultados, também junto do Governo.
Fizemos várias propostas de alteração depois dos Jogos de Tóquio,
algumas puderam ser consignadas, outras nem tanto, e saímos daqui com o
espírito de poder renovar estes votos, de poder renovar um conjunto de
alterações que, no nosso entender e face à nossa experiência, podem
fazer sentido para preparar os próximos Jogos”, indicou.O
chefe da Missão portuguesa a Paris2024 falava em conferência de
imprensa em Saint-Quentin-en-Yvelines, onde Maria Martins encerrou a
participação portuguesa, precisamente no velódromo em que Rui Oliveira e
Iúri Leitão se sagraram campeões olímpicos de Madison, já depois do
segundo ser prata no omnium, um feito inédito no olimpismo nacional. “É
nesse contexto que iremos trabalhar. Temos já uma agenda fechada com o
Governo sobre esse tema, iremos trabalhar nesse sentido para que possam,
efetivamente, ser criadas cada vez melhores condições aos nossos
atletas”, completou.Marco Alves lembrou
que, após Tóquio2020, o COP fez um “conjunto de propostas, muitas delas
acompanhadas também de mais financiamento, que na altura da
contratualização das medidas de apoio para Paris não foram possíveis” de
concretizar. “Temos consciência do país
em que vivemos, portanto, naturalmente somos ambiciosos, o Alto
Rendimento não se faz de outra coisa. Gostaríamos de ver mais algumas
situações melhoradas. O contrato-programa tem características, eu diria,
específicas. […] Conseguimos fazer algumas alterações, mas só de quatro
em quatro anos. O contrato, para dar a estabilidade que é necessária a
este processo, também não convém que seja negociado todos os anos”,
evidenciou.O responsável lembrou que as
alterações que forem introduzidas agora só terão frutos em 2028 ou em
2032, “portanto é um pouco também perceber quais serão os próximos
desafios para o ciclo de Los Angeles2028”. “Vamos
ter Jogos noutro continente, vamos ter processos de qualificação que
ainda não são conhecidos, e tentar, eu não diria adivinhar o futuro, mas
preparar o trabalho para que conseguirmos responder a esses desafios”,
disse. Ao seu lado, o secretário-geral do
COP recordou que o contrato-programa que existe para o ciclo olímpico de
Paris2024 “não se esgota hoje, nem se esgota no final do ano”, mas
revelou a abertura da entidade para que “as negociações, as conversas
sobre o futuro aconteçam o mais rapidamente possível”. “No
fundo, penso que há aqui uma leitura de entendimento comum em relação a
esta matéria e, portanto, não vamos naturalmente esperar muito tempo
para começarmos a afinar ou fazermos uma conclusão do que temos
atualmente mais rapidamente, e depois passarmos o mais breve possível ao
contrato de Los Angeles2028”, afirmou.Após
vários olímpicos lusos nos últimos dias terem pedido mais apoios ao
Governo, com Pedro Pichardo a acusar mesmo o Executivo de só olhar para o
futebol, José Manuel Araújo defendeu que os “atletas, em geral,
reconhecem que o apoio que recebem do Comité Olímpico no âmbito desse
contrato-programa é um apoio que é significativo para o seu Alto
Rendimento”.“Ao dizer isto, também estou a
dizer que aquele que vem do Governo para que o COP distribua para o
Programa de Preparação Olímpica é, a nosso ver, suficiente. Pode ser
mais, claro que pode ser mais, e também nós temos esse espírito de
reivindicação e de procurar ter um pouco mais em relação ao ciclo
anterior. E os resultados positivos, também nos ajudam a ter essa
possibilidade” de defender junto do Governo” o porquê da necessidade de
aumentar os recursos destinados ao desporto, vincou.Araújo
destacou ainda a importância da presença de Luís Montenegro em Paris,
para acompanhar a Missão lusa, dizendo não se recordar da visita de um
primeiro-ministro à Aldeia Olímpica ou da presença nas competições. “Esse
é um sinal positivo. O primeiro-ministro disse expressamente, nos
vários momentos em que fez as declarações, que esteve aqui basicamente
para acompanhar as provas. Entendo que esta presença é também um sinal
para uma política pública na área do desporto mais intensa”, concluiu.