Coordenador da vacinação confia na conclusão do processo em 100 dias
Covid-19
7 de set. de 2022, 14:16
— Lusa/AO Online
“As pessoas
perceberam que a vacina é o único modo que temos de conseguir conviver
com este vírus e fazer a nossa vida normal. As pessoas que vamos vacinar
nos próximos três meses são pessoas que podem ter uma doença grave se
forem infetadas, podem ter de ser hospitalizadas e podem ter um desfecho
fatal da sua infeção, portanto, é importante que continuem a perceber
isso”, afirmou o coronel Penha-Gonçalves.Em
declarações à comunicação social no centro de vacinação de Carnaxide,
em Oeiras, o responsável pelo plano de vacinação lembrou que “é um
processo que tem de ser continuado” e que as questões logísticas e
organizacionais são agora mais fáceis, perante o capital de experiência
acumulado ao longo dos últimos dois anos.“O
processo é muito mais simples de montar, as pessoas têm mais
experiência e o sistema de cuidados primários tem mais confiança naquilo
que estamos a fazer, na capacidade que temos para o fazer e na
possibilidade de fazer tendo o menor impacto possível noutras atividades
dos cuidados primários”, frisou, reforçando que o desafio foi “gizar um
sistema que tivesse o menor impacto possível naquilo que são as outras
atividades dos cuidados primários”.Sem
querer fazer um balanço do primeiro dia da nova campanha de vacinação,
Penha-Gonçalves fez questão de enfatizar que Portugal foi dos primeiros
países a receber as novas vacinas adaptadas à variante Ómicron do
coronavírus SARS-CoV-2 e revelou capacidade para iniciar a administração
apenas dois dias após a chegada das doses ao território nacional. O
sistema foi concebido nesta fase para vacinar cerca de três milhões de
pessoas, com o coordenador do plano a assegurar que existem vacinas
suficientes para todos.“Temos previsto
chegar este mês cerca de 2,5 milhões de vacinas. Para a semana chegam
mais 600 mil, depois hão de chegar mais 600 mil, depois outras tantas.
Portanto, vamos ter vacinas suficientes e em tempo útil para podermos
vacinar estas pessoas. O desafio desta campanha é vacinar as pessoas em
tempo útil e isso é antes de começar o próximo pico no inverno. Temos de
proteger estas pessoas que estão em maior risco”, frisou.Confrontado
com a divulgação da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) apenas na
véspera do arranque do processo e um eventual risco de confusão na
população com a existência de diferentes faixas etárias na primeira fase
de vacinação entre a vacina da covid-19, prevista para os maiores de 60
anos, e a vacina da gripe, que será administrada às pessoas acima dos
65 anos, o responsável relativizou a situação referindo a experiência do
ano passado.“Essa situação pôs-se o ano
passado, portanto, os profissionais já têm bastante experiência sobre
como lidar com essas situações. Já estão todos muito familiarizados com
isso. As últimas normas da DGS estão publicadas, os profissionais de
saúde estão cientes delas e temos falado com os profissionais ao longo
deste período acerca das novas nuances que existem relativamente às
novas vacinas. Todos estão informados acerca daquilo que têm de fazer e
acho que aí não teremos problemas”, sentenciou.O
processo de vacinação hoje iniciado arranca em cerca de uma dezena de
pontos de vacinação de norte a sul de Portugal continental e deve ser
alargado a mais centros durante os próximos dias, com uma previsão de
200 mil pessoas vacinadas por semana até 17 de dezembro – o prazo
estimado pelo coronel Penha-Gonçalves para a conclusão desta fase.Os
primeiros a ser chamados à vacinação serão os maiores de 80 anos com
comorbilidades, um processo que vai decorrer novamente de forma
escalonada, por faixas etárias, avançando à medida que se esgotem os
agendamentos na faixa etária mais elevada.São
elegíveis para serem vacinadas as pessoas com 60 ou mais anos de idade,
os residentes e profissionais dos lares de idosos e da rede nacional de
cuidados continuados, as pessoas a partir dos 12 anos com doenças de
risco, as grávidas com 18 ou mais anos e doenças definidas pela
Direção-Geral da Saúde e os profissionais de saúde e outros prestadores
de cuidados.