Cooperativas preocupadas com impacto das tarifas dos EUA para queijo de São Jorge
3 de abr. de 2025, 11:40
— Lusa/AO Online
“É
uma preocupação nossa. Nós exportamos algum produto para aquele país.
Estamos a falar 11% da nossa faturação. É significativo. Vamos aguardar
para ver o que é que vem. É claro que, se as taxas forem muito elevadas,
vai-nos prejudicar bastante”, afirmou aos jornalistas António Aguiar.O
responsável pela Uniqueijo, que junta as cooperativas da ilha e é
responsável pela comercialização do queijo de São Jorge, disse ser
necessário esperar para perceber que tipo de tarifas vão ser impostas
àquele produto, um ‘ex-líbris’ da gastronomia dos Açores.“Já
falámos com os nossos clientes nos Estados Unidos sobre essa
preocupação. Nós há quatro anos tivemos a mesma situação. Na altura
foram 25%. Houve uma pequena baixa nas vendas, mas não tão grave como
pensávamos”, recordou, falando à margem da assinatura de um protocolo
para candidatar o queijo de São Jorge a Património Cultural Imaterial.António
Aguiar alertou que o “maior prejudicado” com aquelas tarifas é o
consumidor final e defendeu a necessidade de procurar outros mercados
emissores para o queijo de São Jorge.“Nós
teremos de encontrar novos mercados. Esse será um foco nosso. Se
baixarmos o nosso produto e as vendas para aquele mercado, claro que
teremos de encontrar outro. É um trabalho que demora o seu tempo, mas
terá de ser necessário”, sublinhou.Por sua
vez, o presidente do Governo dos Açores mostrou-se confiante de que o
queijo de São Jorge vai “continuar a merecer a preferência” dos
consumidores, apesar de as tarifas poderem ter impacto no preço do
produto.“Essas políticas protecionistas
não favorecem – é preciso reconhecer com objetividade – o comércio
internacional. No entanto, tenho um grau de confiança tão elevado na
excelência do queijo que o consumidor americano, tenha ele origem
açoriana, portuguesa ou outra qualquer, não vai com certeza deixar de o
consumir”, afirmou José Manuel Bolieiro.