Cooperativa Picowines comemora 75 anos e quer apostar no enoturismo
28 de jul. de 2024, 09:31
— Lusa
O
presidente da cooperativa, que representa atualmente 50% dos vinhos
certificados pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVR),
Losménio Goulart, disse à agência Lusa que a Picowines se tem preocupado
"em fomentar" o processo de produção do vinho, "tornando-o cada vez
mais uma referência de alta qualidade".A
adega cooperativa iniciou a sua produção em 1961 com as castas nobres
Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico, com o primeiro vinho da
CVIP, com o nome “Pico”, a ser lançado no mercado em 1965.Os vinhos da cooperativa têm sido distinguidos desde 2007.Mais
de 70 anos após a fundação da Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico
(CVIP), Losménio Goulart traçou como meta da produtora açoriana
"continuar a ser o grande farol de todos os vinhos certificados da
região". Atualmente, conta com 18 referências comercializadas de vinhos
certificados.Esta "excelência" tem
permitido à marca a conquista de novos mercados, nomeadamente no
continente asiático e no Norte da Europa, com os seus vinhos
comercializados em 15 países, com especial destaque para o mercado
americano e europeu", segundo a produtora de vinhos nos Açores, que
conta com 270 associados, dos quais 198 entregaram uvas em 2023.Com
o objetivo de produzir vinhos diferenciadores que espelhem o
território, a cooperativa adianta que "continua a trilhar um caminho que
conjuga tradição, inovação e excelência", tendo por base a
singularidade da ilha do Pico.A "joia da
coroa" da cooperativa é o vinho Frei Gigante, lançado em 2004, e cuja
produção já chegou a atingir, no passado, as 120 mil garrafas, mas que
mantém o seu "processo de vinificação", segundo Losménio Goulart.O primeiro vinho certificado da cooperativa foi o Terras de Lavra branco.Losménio
Goulart realçou que a produtora açoriana continua a preservar a forma
como os seus antepassados faziam o vinho, aliando agora novos
conhecimentos."O nosso objetivo é
chegarmos a públicos-alvo e, pelos nossos canais, aumentarmos o leque de
clientes. Se pudermos chamar as pessoas à nossa terra, à nossa casa,
isso permite uma rentabilidade diferente. E, quando há muito trabalho a
fazer dentro de portas, tem de ser esse o nosso foco", sublinhou à Lusa.Ainda
de acordo com Losménio Goulart, a cooperativa está também empenhada
numa maior divulgação dos vinhos do Pico e na conquista de novos
consumidores, com a aposta no digital, o que levou a uma parceria com o
comediante Luís Filipe Borges, como embaixador digital da Picowines.A
entrada do enólogo Bernardo Cabral, consultor na Cooperativa
Vitivinícola da ilha do Pico - Picowines, em 2017, marca uma nova etapa
na vida destes vinhos.O atual conselho de
administração, que cumpre um terceiro mandato, pretende ainda modernizar
o atual edifício, instalado na nave inaugurada em 1961, e que carece de
obras que possam adaptar o espaço às novas exigências."Hoje
em dia, uma adega moderna é um espaço onde se fazem várias coisas.
Vamos criar uma zona enoturística moderna no edifício original. Temos um
anteprojeto já apresentado para obras no interior do edifício e
torná-lo mais visitável", revelou Losménio Goulart.A
Picowines está a comemorar os seus 75 anos com o lançamento de um novo
vinho com edição limitada de 1.746 garrafas de Arinto dos Açores 2020
Garrafeira, cujo rótulo destaca "os anos de vida da adega e enaltece a
história construída".O presidente da
cooperativa disse que este é um marco muito importante para a produtora
vitivinícola do Pico, que "foi parte importante na criação da CVR Açores
e das denominações de origem, tendo em conta a sua dimensão e
representatividade de mais de 200 produtores de uvas" e no projeto que
permitiu a classificação, pela UNESCO, da paisagem da cultura da vinha
da ilha do Pico.