Convenção Nacional da Saúde arranca para ajudar a criar um pacto nacional
7 de jun. de 2018, 09:28
— Lusa/AO online
A
convenção foi criada com o objetivo de ser “o maior debate nacional de
sempre sobre o presente e o futuro da saúde em Portugal” e o presidente
da comissão organizadora, Eurico Castro Alves, acredita que há condições
para se estabelecer um “pacto nacional para a saúde”, como tem sido
advogado pelo Presidente da República. Eurico
Castro Alves reconhece que há, no setor, “interesses muitas vezes
conflituantes”, mas julga que é possível “pôr de lado as diferenças e
olhar para o que pode servir de base a um compromisso futuro”. “Temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que todos valorizamos e que queremos estimar”, exemplificou. A
questão do financiamento do setor deve estar no centro do debate de
ideias na Convenção Nacional da Saúde, reconhece o responsável, que
entende que é incontornável discutir a necessidade de orçamentos
plurianuais, uma ideia que já foi defendida pelas várias ordens
profissionais.Também
o mentor da ideia da convenção, o bastonário da Ordem dos Médicos,
admite que um maior financiamento para o setor é um “objetivo de base
que tem de ser concretizável”.“Julgo
que toda a gente no país já percebeu que é preciso mais dinheiro para a
saúde. Vamos ser todos objetivos. Se toda a gente já percebeu que é
preciso mais dinheiro para a saúde, então esse objetivo tem de ser
concretizável”, afirmou Miguel Guimarães.O
representante dos médicos frisa que a questão do investimento e do
financiamento do Serviço Nacional de Saúde é central em toda a
discussão, considerando que todos os intervenientes na Convenção
partilham a ideia de que o SNS é fundamental para os portugueses e para o
país.A
Federação Nacional dos Médicos (FNAM) veio já criticar a constituição
desta Convenção, para a qual não foram convidadas organizações
sindicais. A
iniciativa é promovida pelas Ordens Profissionais e por um “Conselho
Superior” constituído por cerca de setenta instituições oriundas dos
mais diversos setores: empresarial, público, social, ordens e
associações profissionais. A
FNAM vê com séria preocupação a realização desta convenção, para a qual
não foram convidadas organizações sindicais, além de no programa do
encontro, que decorre até sexta-feira, estarem “ausentes do debate” as
questões dos cuidados de saúde primários, da saúde pública e dos
cuidados continuados.“Para
além desta grave e inexplicada ‘amputação”’, a FNAM vê ainda com grande
preocupação que, não se tendo ainda dado início aos trabalhos, seja já
anunciado no final do programa a “apresentação da Agenda da Saúde para a
Década’, sessão em que pontifica o Presidente da Associação Portuguesa
de Hospitalização Privada. Ora, como todos sabemos e é público, o Dr.
Óscar Gaspar vem defendendo em diversos artigos de opinião a
substituição do atual modelo da Serviço Nacional de Saúde por algo a que
designa por Sistema Nacional de Saúde”, refere a FNAM em comunicado.