Controladoria impede Juan Guaidó de exercer cargos públicos durante 15 anos
Venezuela
28 de mar. de 2019, 18:54
— Lusa/AO Online
A decisão foi anunciada pelo controlador-geral
da República, designado pela Assembleia Constituinte, Elvis Amoroso,
durante uma conferência de imprensa em Caracas.A CGR é composta unicamente por simpatizantes do regime."O
escritório encarregado dos registos migratórios da Venezuela revelou
que o deputado Juan Guaidó realizou 91 viagens ao estrangeiro, por um
custo superior a 300 milhões de bolívares (80.400 euros, cada uma) em
que não há registo dos recursos que utilizou", disse.Segundo
o controlador-geral, estão por justificar 570 milhões de bolívares
(152.760 euros) correspondentes a viagens que totalizam 248 dias, em
oito meses.Elvis Amoroso explicou que no
passado dia 11 de fevereiro aquele organismo "ordenou o início uma
auditoria patrimonial ao deputado em desacato, Juan Guaidó, por ocultar
informação na sua declaração e por receber fundos não declarados, desde o
exterior".Segundo o controlador-geral,
Guaidó "tem usurpado funções públicas e cometido ações com governos
estrangeiros que prejudicam o povo da Venezuela e o seu património
público" e que atentam contra "a estabilidade democrática e a ordem
constitucional da República"."Considerando
que o artigo 105 da CGR faculta a imposição de sanções de impedimento
legal a funcionários públicos, decide-se inabilitar o cidadão Juan
Guaidó para exercer qualquer cargo", anunciou.O
controlador-geral precisou que "cada um dos deputados cumpre com a sua
declaração jurada" e que "cada viatura ou rendimento que possam ter deve
ser declarado na CGR, por isso se aplicam estas sanções ao deputado em
desacato, Juan Guaidó".Segundo Elvis
Amoroso, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, e também
presidente da Assembleia Nacional (onde a oposição detém a maioria)
"teria falseado dados na declaração jurada de bens" e também "teria
recebido dinheiro de instâncias nacionais e internacionais, sem
justificar".A CGR ordenou a continuação da
investigação iniciada em fevereiro, sobre o património de Juan Guaidó, e
pediu a cooperação, sobre esta matéria, a outras instituições, entre
elas o Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e
Tributária (SENIAT). O controlador-geral
precisou que foram enviadas comunicações a Juan Guaidó, para que
justificasse os rendimentos recebidos, como deputado da Assembleia
Nacional, mas este não respondeu a nenhum dos pedidos.Elvis
Amoroso frisou ainda que Juan Guaidó teria usado aeronaves privadas
para viajar, sem especificar quais as empresas ou instituições que
financiaram as viagens.