Contrato entre elétrica açoriana e empresa de fuelóleo vai cessar em 2025
6 de jan. de 2023, 13:11
— Lusa/AO Online
“O
contrato podia ser denunciado por qualquer uma das partes e tinha de ser
com dois anos de antecedência. Nesse caso em concreto foi a própria
Bencom que fez a denúncia do contrato. Por isso, fê-lo agora para
produzir efeitos a 31 de janeiro de 2025”, avançou o secretário das
Finanças, Planeamento e Administração Pública (PSD/CDS-PP/PPM), Duarte
Freitas.O governante falava aos
jornalistas no Palácio da Conceição em Ponta Delgada, na apresentação
das deliberações do Conselho de Governo Regional, que esteve reunido na
quinta-feira.A 25 maio de 2022, o
BE/Açores denunciou um “esquema” “profundamente lesivo do interesse
público” entre a elétrica açoriana (EDA), o acionista grupo Bensaúde e o
Governo Regional para a compra de fuelóleo em exclusivo à Bencom,
empresa detida em 100% por aquele grupo empresarial.A 16 de setembro de 2022, o BE denunciou que a EDA pagou à empresa Bencom
“pelo menos 6,4 milhões de euros acima do preço regulado”, pelo que o
atual contrato “deve ser denunciado pelo Governo”.Devido
à situação, os bloquistas açorianos, coordenados por António Lima,
chamaram ao parlamento açoriano a administração da EDA para prestar
esclarecimentos sobre o pagamento, à empresa Bencom, de “pelo menos 6,4
milhões de euros acima do preço regulado”. Duarte Freitas disse que o Governo Regional “estava a par das questões
levantadas pelo BE” e assegurou que o executivo vai “proceder às ações
necessárias para garantir que não vão existir problemas de abastecimento
de fuelóleo” a partir de janeiro de 2025.Segundo
disse, os dois anos de antecedência servem para assegurar os
“procedimentos burocráticos” e os “investimentos” para que “no futuro
possam, eventualmente, existir outros candidatos” ao fornecimento de
fuelóleo à EDA.“Este acordo foi assinado
para 2009 e vigorou ao longo destes anos. É a primeira vez que é
denunciado por uma das partes. Vamos proceder em conformidade e vamos
lançar o concurso para que qualquer entidade possa aceder a esta
necessidade de fornecimento [de fuelóleo] à elétrica”, afirmou, quando
questionado sobre um eventual conflito de interesses no contrato entre a
EDA e a Bencom.A EDA é detida em 50,1%
pela Região Autónoma dos Açores, em 39,7% pela ESA - Energia e Serviços
dos Açores (grupo Bensaúde), em 10% pela EDP, estando o restante capital
social distribuído por pequenos acionistas.