Contágios aumentaram 20% na última semana em todo o mundo
Monkeypox
17 de ago. de 2022, 17:00
— Lusa/AO Online
De
acordo com o balanço feito esta quarta-feira pela OMS em conferência de imprensa, o
total de contágios desde o início do surto ultrapassa os 35 mil e a
doença provocou 12 mortes.Com casos
registados em 92 países, o vírus circula quase exclusivamente na Europa e
na América e quase todos os contágios são identificados em homens que
praticam sexo com outros homens, mas a OMS sublinhou a importância de se
protegerem do vírus todos aqueles que vivam com pessoas infetadas.A
propósito de uma notícia divulgada na terça-feira que dá conta de um
possível primeiro caso de transmissão da infeção de um humano para um
cão, em Paris, França, a OMS disse que foi informada do caso,
apontando que não se trata de uma situação inesperada, uma vez que os
animais domésticos vivem habitualmente num ambiente fechado e em
proximidade com a pessoa infetada, à semelhança de restantes membros da
família. O responsável de Emergências
Sanitárias da OMS considerou que o risco nessa situação está sobretudo
relacionado com a possibilidade de o vírus se instalar numa nova espécie
e evoluir, o que pode alterar a forma como o vírus funciona ou a
resposta imunitária que provoca.“Não devemos permitir que o vírus se estabeleça noutra população animal, há que tomar todas as precauções, sublinhou Mike Ryan.Na
mesma conferência de imprensa, a especialista em varíola da OMS,
Rosamund Lewis, explicou que há várias formas de as pessoas se
protegerem em contexto familiar, designadamente isolando o doente,
mantendo uma boa higiene e manuseando os resíduos com cuidado. A vacina é
outra opção, mas atualmente a procura supera a oferta.Relativamente
à vacina, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu
preocupação com o potencial risco de uma nova situação de acesso
desigual, em prejuízo dos países mais pobres, como aconteceu durante a
pandemia de covid-19.A OMS está atualmente
em contacto com a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, que produz
a vacina usada para prevenir a varíola, para discutir opções como a
transferência de tecnologia ou a autorização para que outros
laboratórios também possam produzir a vacina.Ainda
assim, Rosamund Lewis sublinhou que a vacina “não é uma bala mágica”
para o surto, porque ainda não há dados conclusivos sobre a sua
eficácia, sabendo-se que não é total e se aproxima dos 85%.Segundo
a responsável, isso explica que se tenham identificado casos de
reinfeção entre pessoas já vacinadas e, por isso, Rosamund Lewis
insistiu que a prevenção passa também pela redução do número de
parceiros sexuais.