Contactos políticos intensificam-se para desbloquear negociações
COP26
8 de nov. de 2021, 13:01
— Lusa/AO Online
Aproveitando a chegada de membros de Governos
responsáveis por esta área, incluindo do ministro do Ambiente português,
João Matos Fernandes, esta tarde, o britânico propôs continuar
negociações técnicas até quarta-feira, em paralelo com consultas
políticas.“Para permitir um encerramento
ordenado na sexta-feira, temos de acelerar e complementar as negociações
técnicas com maior envolvimento político de alto nível”, disse Sharma,
numa reunião esta manhã para fazer um ponto de situação dos trabalhos. Os
responsáveis dos dois órgãos subsidiários da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) apresentaram balanços
da primeira semana da COP26, indicando que algumas questões ficaram em
aberto.As regras para os mercados
internacionais de carbono, as datas de referência usadas para as
reduções de emissões e o financiamento aos países desenvolvidos para
medidas de adaptação e mitigação são os principais pontos de discórdia. O
presidente da conferência disse que vai facilitar as negociações à
noite e espera que os primeiros textos possam estar terminados ainda
hoje e continuar a fazer avanços até terça-feira para depois fazer um
ponto de situação. “O objetivo é chegar a conclusões por consenso na sexta-feira”, afirmou. Terminar
dentro do calendário da COP seria quase inédito, já que as últimas
Conferências têm terminado vários dias depois da data esperada com
negociações até de madrugada. O
representante da Guiné e do G77 + China, grupo atualmente composto por
134 países em desenvolvimento, embaixador Boubacar Diallo, interveio
para dizer que foram encontrados “muitos desafios” nas negociações,
deixando um aviso.“Uma COP sem um
resultado concreto no financiamento [do clima] nunca será um sucesso”
porque “não se pode esperar que os países em desenvolvimento possam
melhorar as suas metas ou tomar ações climáticas sem financiamento
adequado”, vincou. Decisores políticos e
milhares de especialistas e ativistas reúnem-se até sexta-feira na COP26
para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de
gases com efeito de estufa até 2030 e aumentar o financiamento para
ajudar países afetados a enfrentar a crise climática.A
COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como
meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e
2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.Apesar
dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de
estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração
económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima
que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do
século superiores em 2,7 ºC.