Conta da Região Autónoma dos Açores de 2022 aprovada com votos contra do PS
11 de jul. de 2024, 09:09
— Lusa/AO Online
O documento foi aprovado no
segundo dia do plenário da Assembleia Legislativa Regional, que decorre na
Horta, na ilha do Faial, com 23 votos a favor do PSD, dois do CDS-PP e
um do PPM, 23 votos contra do PS e com a abstenção dos eleitos do Chega
(cinco), BE (um), IL (um) e PAN (um).O TdC
emitiu parecer favorável, mas com “reservas e recomendações”, à Conta
da Região Autónoma dos Açores de 2022, alertando para o “crescimento
contínuo da dívida pública regional”.“A
dívida pública regional cresceu significativamente em, pelo menos, 472
milhões de euros”, referiu o presidente do TdC José Tavares, a 31 de
outubro de 2023, acrescentando que o volume da dívida e de outras
responsabilidades financeiras da região atingiu, em 31 de dezembro de
2022, o valor de 3.108 milhões de euros, valores que resultam em parte
da assunção da dívida financeira do setor público empresarial.No debate, o deputado socialista Carlos Silva referiu que o
investimento público na Região Autónoma dos Açores teve, em 2022, uma
“das mais baixas taxas de execução dos últimos 10 anos”, rondando os
60%.Além disso, acrescentou, a taxa de
execução é “manifestamente baixa, face ao que foi prometido” pelo
Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).Contrapondo
as críticas, o deputado social-democrata Joaquim Machado lembrou que o
ano de 2022 foi marcado por “uma conjuntura adversa”, relacionada com o
fim da pandemia de covid-19 e a subida generalizada dos preços.Por
outro lado, esse ano, entre outros aspetos, também ficou marcado pelo
atraso do Governo da República na transferência das verbas para
cobertura das despesas com os prejuízos do furacão Lorenzo, que atingiu a
região em outubro de 2019, acrescentou.Pelo
Chega, o deputado Francisco Lima referiu que em 2022 foi excedido o
limite de contração de empréstimos e a região assumiu, “mais uma vez,
tudo o que é empresa falida”, o que retira responsabilidade aos seus
gestores, nomeadamente quando se trata de cooperativas, e registou-se um
decréscimo das receitas das empresas públicas da região e aumento da
dívida.Por sua vez, Nuno Barata (IL)
destacou pela positiva “o cumprimento de algumas recomendações do TdC,
coisa que não vinha a acontecer há alguns anos”, mas salientou que tem
alertado para a necessidade de a região “inverter a trajetória de
crescimento da dívida”.Já António Lima,
deputado do BE, considerou que a trajetória definida pelo Governo
Regional açoriano, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro,
“reflete-se nas contas públicas” e em outras áreas da governação. Durante
o debate, o secretário das Finanças, Planeamento e Administração
Pública dos Açores, Duarte Freitas, assegurou que a região continua a
fazer esforços para responder às recomendações do TdC.Contudo,
recordou, em 2022, na região sentiu-se “duplamente o garrote financeiro
do PS” através do Governo da República e pela integração da dívida das
empresas públicas da região, proveniente dos executivos socialistas,
nomeadamente da companhia aérea SATA e da fábrica de conservas Santa
Catarina.