Autor: Ana Carvalho Melo
A cônsul dos Estados Unidos da América nos Açores assegurou que não tem nada a anunciar em relação às notícias de que o consulado poderá estar entre os serviços diplomáticos a encerrar.
“O Departamento de Estado continua a avaliar a nossa presença global para garantir que estamos na melhor posição para enfrentar os desafios modernos em nome do povo americano. Não temos nada de novo a anunciar”, afirmou a cônsul, após contacto do Açoriano Oriental.
A declaração de Margaret C. Campbell surge após diversos meios de comunicação social terem voltado a noticiar a existência de uma lista de consulados a incluir nos cortes de despesas dos EUA, na qual consta o de Ponta Delgada, citando o The New York Times, que revela ter tido acesso a um memorando interno do Departamento de Estado.
Segundo este jornal, o
governo norte-americano, no total, está a considerar fechar 10
embaixadas e 17 consulados dos EUA, reduzindo a presença norte-americana
em quase todos os continentes, com o objetivo de reduzir os custos
diplomáticos dos Estados Unidos.
Segundo o memorando, a maioria dos
consulados a encerrar está localizada na Europa, onde é recomendado o
encerramento de duas embaixadas na Europa - a do Luxemburgo e a de Malta - e dos consulados de Bordéus, Lyon, Marselha, Rennes e Estrasburgo,
por exemplo.
Além de Ponta Delgada, o documento sugere também o encerramento de consulados em Salónica, na Grécia, e em Florença, Itália, entre outros.
Revela anda que seis das embaixadas que os EUA planeiam fechar estão situadas em África, como é o caso das representações diplomáticas na República Centro-Africana, Eritreia e Sudão do Sul.
Recorde-se que, em março, o jornal Politico noticiou que o consulado surgia numa lista do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk. Na altura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português qualificou a notícia como mera “especulação” e o Governo Regional dos Açores disse desconhecer o plano.
Ainda na terça-feira, numa conferência de imprensa, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, revelou que o plano de redução de custos referido por estes jornais “não foi divulgado por este departamento, nem pelo Secretário”.
A representante reforçou mesmo que um plano orçamental desta natureza tem de ser enviado ao Congresso, que decide se o aceita ou não.
“Todos os presidentes têm um plano
orçamental que enviam ao Congresso, e depois o Congresso ou o aceita ou
tem as suas próprias ideias - o que acontece com mais frequência do que
não. Posso dizer-lhe que tudo o que tenha sido visto em público não foi
divulgado por esta entidade, não foi divulgado por este departamento,
nem pelo Secretário; não existe ainda um plano final, nem um orçamento
final, nem uma dinâmica final. Isso cabe à Casa Branca e ao Presidente
dos Estados Unidos, que continuam a trabalhar no seu plano orçamental e
naquilo que irão submeter ao Congresso”, afirmou.