Cônsul diz não haver decisão sobre fecho do consulado nos Açores
17 de abr. de 2025, 08:58
— Ana Carvalho Melo
A cônsul dos Estados Unidos da América nos Açores assegurou que
não tem nada a anunciar em relação às notícias de que o consulado poderá estar entre os serviços diplomáticos a encerrar.“O
Departamento de Estado continua a avaliar a nossa presença global para
garantir que estamos na melhor posição para enfrentar os desafios
modernos em nome do povo americano. Não temos nada de novo a anunciar”,
afirmou a cônsul, após contacto do Açoriano Oriental.A declaração de
Margaret C. Campbell surge após diversos meios de comunicação
social terem voltado a noticiar a existência de uma lista de consulados a
incluir nos cortes de despesas dos EUA, na qual consta o de Ponta
Delgada, citando o The New York Times, que revela ter tido acesso a um
memorando interno do Departamento de Estado.Segundo este jornal, o
governo norte-americano, no total, está a considerar fechar 10
embaixadas e 17 consulados dos EUA, reduzindo a presença norte-americana
em quase todos os continentes, com o objetivo de reduzir os custos
diplomáticos dos Estados Unidos. Segundo o memorando, a maioria dos
consulados a encerrar está localizada na Europa, onde é recomendado o
encerramento de duas embaixadas na Europa - a do Luxemburgo e a de Malta - e dos consulados de Bordéus, Lyon, Marselha, Rennes e Estrasburgo,
por exemplo. Além de Ponta Delgada, o documento sugere também o
encerramento de consulados em Salónica, na Grécia, e em Florença,
Itália, entre outros.Revela anda que seis das embaixadas que os EUA
planeiam fechar estão situadas em África, como é o caso das
representações diplomáticas na República Centro-Africana, Eritreia e
Sudão do Sul.Recorde-se que, em março, o jornal Politico noticiou
que o consulado surgia numa lista do Departamento de Eficiência
Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk. Na altura, o Ministério
dos Negócios Estrangeiros português qualificou a notícia como mera
“especulação” e o Governo Regional dos Açores disse desconhecer o plano.Ainda
na terça-feira, numa conferência de imprensa, a porta-voz do
Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, revelou que o plano de
redução de custos referido por estes jornais “não foi divulgado por este
departamento, nem pelo Secretário”.A representante reforçou mesmo
que um plano orçamental desta natureza tem de ser enviado ao Congresso,
que decide se o aceita ou não.“Todos os presidentes têm um plano
orçamental que enviam ao Congresso, e depois o Congresso ou o aceita ou
tem as suas próprias ideias - o que acontece com mais frequência do que
não. Posso dizer-lhe que tudo o que tenha sido visto em público não foi
divulgado por esta entidade, não foi divulgado por este departamento,
nem pelo Secretário; não existe ainda um plano final, nem um orçamento
final, nem uma dinâmica final. Isso cabe à Casa Branca e ao Presidente
dos Estados Unidos, que continuam a trabalhar no seu plano orçamental e
naquilo que irão submeter ao Congresso”, afirmou.