Construção do navio de investigação dos Açores dentro do prazo e sem derrapagens
16 de jul. de 2024, 17:23
— Lusa/AO Online
“Posso
afirmar que saímos daqui satisfeitos, porque o navio vai entrar na
quarta fase de construção, está com o período programado e está a ser
feito sem derrapagens, com o desenvolvimento que estávamos à espera.
Está a correr tudo bem”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o
secretário regional do Mar e Pescas, Mário Rui Pinho.O
governante falava após ter visitado os Estaleiros Armon, em Vigo
(Espanha), onde decorrem os trabalhos de construção do navio, orçado em
cerca de 20 milhões de euros e que está a ser construído ao abrigo do
Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)."Estamos
bastante satisfeitos com aquilo que vimos, porque é um investimento
muito significativo de cerca de 20 milhões de euros. E, é bom que este
tipo de investimento corra da melhor maneira", vincou o governante.A
visita de Mário Rui Pinho a Vigo surge depois de, no ano passado, o
Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, ter assinalado, na cidade
espanhola, a formalização contratual do auto de início de construção do
navio de investigação.Segundo o secretário
regional do Mar e das Pescas, prevê-se que o navio seja colocado no mar
em novembro ou dezembro de 2024, na quinta fase de construção, e
estima-se que o mesmo seja entregue à região em 2025."Esta
visita tem também por objetivo começar a planear, no âmbito do
‘cluster’, a operacionalização deste navio, porque a embarcação em 2025
será entregue à região e é preciso começar a operá-la e definir qual o
modelo de gestão que queremos para o navio, daí que viemos com a equipa
da secretaria que está a trabalhar nessas áreas para se inteirar das
capacidades técnicas do navio", adiantou ainda à Lusa.Mário
Rui Pinho destacou que se trata de "um navio muito polivalente" e com
uma capacidade tecnológica "muito avançada para mapeamento dos fundos
marinhos".E, acrescentou o governante,
"esta capacidade tecnológica requer da parte do Governo alguma atenção
para se aferir a forma como vamos operá-lo e tirar o máximo proveito das
capacidades que o navio tem"."O Governo
Regional dos Açores tem uma estratégia para o mar onde os objetivos
dessa estratégia passam pela afirmação da Autonomia da Região. E o
reforço da Autonomia faz-se muito com o conhecimento científico e,
sobretudo, com o conhecimento científico do nosso mar. E, portanto, as
plataformas móveis são um meio para conseguir esse objetivo", vincou.O
navio de investigação científica multidisciplinar tem como objetivo
capacitar a região de uma plataforma tecnológica de acesso ao mar
profundo do Atlântico Nordeste central e, em especial, da Zona Económica
Exclusiva do Arquipélago, segundo o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).A
nova plataforma de investigação terá os mais modernos padrões
tecnológicos em termos de capacidades e de equipamentos e,
complementarmente, terá um elevado desempenho energético.O
navio será registado no Registo de Bandeira Português como navio de
investigação, com a lotação mínima de 20 pessoas para navegação global,
excluindo as zonas com gelo, dez tripulantes técnicos e dez tripulantes
científicos. Adicionalmente, o navio terá lotação para um mínimo de 30
pessoas embarcadas em viagens diárias.O
novo navio de investigação terá capacidade para atuar, entre outras, em
áreas como o mapeamento dos fundos marinhos (batimetria com base em
equipamentos acústicos), prospeção e exploração biológica de organismos
com aptidão biotecnológica, apoio ao desenvolvimento de tecnologias de
produção de energias renováveis ‘offshore’ ou formação de ativos no
âmbito da Escola do Mar dos Açores.Entre
outros equipamentos, terá um equipamento acústico eletrónico que
maximizará o potencial de investigação da plataforma até uma
profundidade de, no mínimo, cinco mil metros.Com
45,95 metros de comprimento e 10,5 metros de boca, o navio terá uma
autonomia de 15 dias, dispondo de propulsão diesel elétrica. Incluirá camarotes correspondentes à sua lotação máxima, sala de aulas, laboratórios (seco e húmido) e centro de dados.