Construção de pontão flutuante minimiza ondulação na Marina
Mar
5 de ago. de 2008, 15:16
— Luís Pedro Silva
A construção de um pontão flutuante para proteger a nova Marina de Ponta Delgada foi a solução encontrada pela Administração dos Portos das Ilhas de São Miguel e Santa Maria para minimizar os problemas apresentadas pela ondulação na Marina.
As críticas dos utilizadores à existência de fortes vagas quando os ventos sopram de sudoeste motivaram a abertura de concurso público para a construção de um pontão flutuante, orçado em 600 mil euros, para quebrar a força das ondas e aumentar a segurança da Marina.
Lucília Soares, responsável pela Marina de Ponta Delgada, garante que a obra “já estava prevista no projecto” e prevê que a infra-estrutura esteja construída “até ao final do ano”.
A responsável sublinha que as condições da Marina estão garantidas pelas protecções existentes no Porto e Portas do Mar, sendo que o pontão flutuante visa “colmatar a falta de protecção do quadrante de sudoeste”.
A implantação do pontão com 135 metros de comprimento e três metros de largura vai permitir quebrar a energia da ondulação e salvaguardar a segurança dos barcos atracados.
Relativamente ao facto da Marina apresentar muitos lugares disponíveis, Lucília Soares explica que o projecto não foi pensado para estar lotado “nos primeiros anos” mas para responder a um projecto de divulgação dos portos dos Açores.
“Nós estamos a promover internacionalmente as marinas dos Açores e precisamos de garantir que os turistas, quando chegam, tenham vagas”, afirmou.
A divulgação do destino Açores, via marítima, decorre em feiras internacionais, em regatas e revistas da especialidade, num esforço “paralelo” para aumentar a afluência de turistas aos Açores.
“As marinas estão a ser referenciadas em revistas internacionais, com avaliações muito positivas, que é muito bom para a Região e a procura de ano para ano é significativa”, refere.
“Críticas são questão cultural”
Luís Medeiros, do Clube Naval de Ponta Delgada, que mudou a sua embarcação para a nova Marina, considera que as críticas apresentadas por alguns utilizadores “são uma questão cultural” pelo facto das pessoas serem “adversas às mudanças”.
O dirigente do Clube Naval sublinha que seria impossível construir uma Marina no porto de Ponta Delgada sem ondulação.
“O porto é muito aberto e quando existe vento de Sudoeste provoca uma vaga no seu interior, mas esta situação será resolvida com a construção do pontão flutuante”, ressalva, acrescentando que os portos da Praia da Vitória e de Angra do Heroísmo também apresentam problemas semelhantes.
Luís Medeiros indica “não conhecer pessoas que tenham desistido de colocar a embarcação na nova Marina” e refere que a nova estrutura permitiu responder à lista de espera existente para a antiga.
“A Administração dos Portos contactou cerca de duzentas pessoas que estavam em lista de espera e atribuiu os lugares consoante as características da embarcação”, afirmou.
A existência de uma grande quantidade de gaivotas próximas da nova Marina também está a causar “algum mal-estar” aos utilizadores e à administração do porto, que são obrigados a um “trabalho suplementar de limpeza”.
O problema será pontual e poderá ser resolvido no futuro.