Construção da cadeia de Ponta Delgada não pode "prolongar-se no tempo”
9 de mar. de 2021, 16:42
— Lusa/AO Online
José
Manuel Bolieiro, que recebeu em audiência de cumprimentos a direção do
Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Advogados, liderada por Rosa
Ponte, reivindicou que o Estado “cumpra nos Açores as suas obrigações
nos serviços periféricos da sua responsabilidade”.O
líder do executivo quer uma “definição clara do calendário relativo ao
estabelecimento prisional em São Miguel com a urgência que se impõe,
visto que o atual não só não oferece as melhores condições quer em
termos de conservação do edifício como de lotação, o que é penalizante
para os reclusos”, tendo deixado uma palavra de gratidão aos
responsáveis pela cadeia, que “muito têm feito sem os apoios
necessários”.Em dezembro de 2020 foi
celebrado um contrato de empreitada de construção da primeira fase do
novo Estabelecimento Prisional de São Miguel, orçado em 3,3 milhões de
euros, entre o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça e
o consórcio formado pela Tecnovia Açores - Sociedade de Empreitadas e a
Marques, prevendo um prazo para a execução da obra de dois anos.A
primeira fase da empreitada consiste na limpeza do terreno (cedido pela
região) onde será edificada a futura prisão, envolvendo a remoção da
pedra vulcânica bagacina e terraplanagem na Mata das Feiticeiras, na
Lagoa.“Há uma responsabilidade do Estado e
uma omissão que não se pode prolongar indefinidamente no tempo”,
afirmou José Manuel Bolieiro, que subscreveu também a preocupação da
direção do Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Advogados de
criação de um centro de reabilitação e inserção dos jovens na região,
uma vez que, quando são detidos, os jovens têm que ir para o continente.A
presidente da direção do Conselho Regional dos Açores da Ordem dos
Advogados, Rosa Ponte, considerou que o Estabelecimento Prisional de São
Miguel “está esquecido e cada vez mais degradado, vivendo os reclusos
em precariedade”, tendo adiantado que se teme pelo encerramento do
centro de apoio prisional da Horta, na ilha do Faial.Há
vários anos que se discute a necessidade de construção de uma nova
cadeia na maior ilha açoriana, uma vez que o edifício existente na
cidade de Ponta Delgada está degradado e sobrelotado.