Construção civil com "ligeira inflexão em 2018" nos Açores
5 de fev. de 2019, 19:00
— Luís Pedro Silva
“O
setor tem vindo a recuperar nos últimos anos, mas o que é certo é que
no ano de 2018 teve uma ligeira inflexão, como se pode constatar pela
análise do indicador do cimento e também de mão de obra empregue no
setor”, disse a presidente da direção da AICOPA, Alexandra Bragança, em
declarações aos jornalistas.A
responsável da associação falava após uma audiência com o presidente do
Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, na sequência da eleição dos novos
corpos sociais da AICOPA.A
nova direção, eleita para um mandato de três anos, disse ter levado ao
chefe do executivo açoriano socialista "as preocupações" do setor, que
se prendem, por exemplo, com "o volume de obras" e a questão da
qualificação da mão de obra. “O
setor da construção civil atravessou uma crise profunda nos últimos
anos, o que fez com que muitos profissionais emigrassem e alguns saíssem
do setor e fossem para o setor da hotelaria”, declarou Alexandra
Bragança.A
dirigente da AICOPA frisou que "não são fáceis os tempos" que o setor
vive, lembrando que “nos anos áureos o volume de obras era muito
diferente" do atual.“Existem
algumas obras, como o porto de Ponta Delgada e a questão da SCUT [ilha
de São Miguel] e outras que não dependem unicamente do Governo
[Regional], mas que não são suficientes para garantir o trabalho de
todos os agentes económicos que trabalham no setor”, afirmou, frisando,
no entanto, que "muito há a fazer ainda" no sentido de as empresas
regionais se poderem "adaptar aos atuais desafios e conjuntura". A
AICOPA defende igualmente a importância de "garantir um certo equilibro
no lançamento dos concursos públicos ao longo do ano", para que estes
"não se concentrassem todos na mesma altura", o que "também traz
constrangimentos ao nível da mão de obra" no setor. A
associação, que conta com cerca de 70 associados, mas que pretende
alargar a sua base, elencou ainda a questão das qualificações
profissionais no setor tanto para quem ingressa na atividade como para
os atuais trabalhadores", tendo já agendada uma reunião com a diretora
regional do Emprego e Qualificação Profissional.
"Em colaboração com as escolas profissionais da região vamos tentar
debater esta questão para tornarmos atrativo o setor da construção
civil", sublinhou a responsável da associação, que expôs ao Governo dos
Açores o seu projeto de estabelecimento de parcerias com organizações
regionais e com o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) para
potenciar do catálogo dos materiais endógenos da região que visa
incrementar o uso dos materiais produzidos ou transformados nos Açores
através da sua inclusão nos programas base de projetos.A
dirigente da AICOPA salientou que a reunião com o presidente do Governo
dos Açores "foi muito profícua" e com "um compromisso sério de
colaboração com a associação e diálogo" por parte do chefe do executivo
açoriano.