Consórcio Mais quer colocar avião cargueiro ao serviço dos Açores em abril
9 de mar. de 2018, 19:02
— Lusa/AO online
"É
economicamente viável podermos colocar um avião cargueiro, com
características semelhantes da aeronave que temos a voar para a Madeira,
que é um avião tipo ATR 72 e que possa fazer voos entre Lisboa e Ponta
Delgada. Depois veremos se haverá necessidade de irmos até à [ilha]
Terceira porque queremos entrar numa perspetiva de criar uma dinâmica na
economia regional, é importante estendermos também provavelmente esse
voo à ilha Terceira", adiantou António Beirão.O
consórcio Mais, constituído entre a companhia aérea espanhola Swiftair,
a ALS e a empresa logística Madeirense Loginsular, iniciou há sete
meses os voos cargueiros para a Madeira e quer agora "replicar em parte
esse modelo para os Açores", contando começar a operar "nas primeiras
semanas de abril"."A
operação na Madeira está consolidada e vai continuar a acontecer e
agora a nossa ideia é com outra aeronave assegurar uma operação idêntica
para os Açores", disse.António
Beirão lembrou que a aeronave prevista para a operação tem capacidade
para "sete toneladas de peso bruto com cerca de oitenta metros cúbicos" e
deverá ser utilizada cinco dias por semana, de terça a sábado."Enquanto
na Madeira existe um desequilíbrio do balanceamento entre os volumes de
carga do continente para a Madeira e da Madeira para o continente (...)
no caso dos Açores a exploração da linha é feita de uma forma muito
mais equilibrada graças à exploração dos produtos regionais,
nomeadamente do peixe", afirmou.O
diretor executivo do Consórcio Mais conta com "parceiros regionais" que
ajudem no desenvolvimento do projeto e adianta que vai tentar "uma
aproximação ao Governo Regional" assumindo que para já não existe
qualquer "negociação" com o executivo de Vasco Cordeiro."Negociações
propriamente ditas não há nem haverá, porque o Governo açoriano não se
pode meter diretamente na exploração da aeronave com um privado, houve
uma apresentação, uma informação da nossa vontade em querermos voar para
os Açores e não sentimos qualquer oposição ou restrição a esse facto,
acho que o Governo Regional tem uma grande oportunidade de ter um
operador privado que invista por sua conta e risco no desenvolvimento de
uma rota de carga aérea para os Açores", disse.O
consórcio Mais pretende operar nos Açores à margem da abertura de dois
concursos públicos de carga aérea para os Açores, lançados pelo Governo
da República, sendo que o primeiro não teve concorrentes e o segundo
acabou cancelado porque a única empresa concorrente não cumpria
alegadamente o caderno de encargos."Tive
acesso aos dois cadernos de encargos anteriores. O concurso está
construído de uma forma em que os operadores não sentiram que fosse para
eles um negócio, no fundo nós temos que olhar para aquilo como uma
oportunidade também para as nossas empresas, mas os concursos foram
lançados e estavam construídos de tal maneira que não estavam apelativos
para os privados. Eu sei que agora, eventualmente, será lançado um
terceiro concurso, mas se é no âmbito do caderno de encargos orientado
da mesma forma que estavam os dois anteriores também ninguém se vai
apresentar", considerou o responsável do consórcio Mais.O
consórcio Mais já fez o pedido de 'slots' [lugares] ao Aeroporto de
Lisboa sendo que depois de fechar "toda a parte técnica" vai procurar
reunir-se com o Governo Regional dos Açores.