Consórcio apela à responsabilidade do pessoal de cabine da Azores Airlines
Hoje 16:10
— Lusa/AO Online
Numa
carta aberta dirigida ao pessoal de cabine da Azores Airlines, a que a
agência Lusa teve acesso, o consórcio lamenta que as reuniões com o
Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) não
tenham decorrido com o "espírito de quem deseja uma negociação efetiva”,
apelando à responsabilidade dos trabalhadores.“É
por isso que dirigimos esta carta aberta ao pessoal de cabine. É o
vosso futuro que está em causa e é fundamental que nos digam que caminho
desejam para a Azores Airlines. Do nosso lado, mantemos a convicção de
que só a convergência permite delinear um trajeto que conduza à
sustentabilidade da empresa”, escreve o consórcio.O
Newtour/MS Aviation, que tem até dia 24 de novembro para apresentar uma
proposta pela companhia aérea, considera que a “postura dos dirigentes
sindicais, além de condicionada por pressupostos ideológicos, foi de
bloqueio a um acordo”, apesar de os funcionários terem “manifestado
abertura ao compromisso”.O consórcio
confirma que apresentou uma proposta de acordo “definitiva”, que vai ser
votada na sexta-feira em Assembleia Geral do sindicato.“Aguardamos
uma tomada de posição do pessoal de cabine. Continuarmos neste
exercício a menos de 24 horas da realização da Assembleia Geral não
ajuda a uma tomada de decisão esclarecida por parte dos associados que
vão votar a proposta”, defendem.O
Newtour/MS Aviation lembra que o diálogo com Sindicato dos Pilotos da
Aviação Civil (SPAC) "decorreu com seriedade e sentido de
responsabilidade”, culminando com a aprovação da proposta apresentada
pelo consórcio.“Que não subsista qualquer
dúvida: sem convergência, ou seja, sem um entendimento prévio com os
trabalhadores, o agrupamento Newtour/MS Aviation não apresentará
qualquer proposta de aquisição”, insistem.Segundo
o consórcio, a proposta apresentada ao pessoal de cabine “não é igual,
nem poderia ser” à dos pilotos, já que cada profissão tem as suas
“especificidades”, mas apresenta o “mesmo racional”.“Já
que o sindicato tem revelado falta de pragmatismo, esperamos que os
trabalhadores possam compreender que a companhia aérea não dispõe de
margem para soluções desligadas da sua situação real. A responsabilidade
exige realismo”, alertam.O agrupamento
classifica o “momento como decisivo”, já que a posição dos funcionários
será “determinante para que exista, ou não, uma nova oportunidade para a
Azores Airlines”.A 09 de novembro, o
SPAC revelou à agência Lusa que foi aprovado na Assembleia de Empresa da
Azores Airlines, com 75% dos votos, o acordo negociado entre a direção
do SPAC e o consórcio Newtour/MS Aviation.A
Assembleia Geral do SNPVAC está marcada para sexta-feira, tendo como
único ponto da ordem de trabalhos a análise e votação da proposta de
acordo entre o sindicato e o consórcio que está a negociar a companhia
açoriana.A privatização da Azores Airlines está a ser negociada com o consórcio Newtour/MS Aviation,
tendo o Governo Regional admitido a possibilidade de
uma negociação particular ou o encerramento da companhia, caso não seja
possível alcançar um acordo.