Conserveira açoriana Santa Catarina “tem viabilidade”
12 de set. de 2018, 08:10
— Lusa/AO Online
"Acreditamos na
viabilidade da empresa e a viabilidade da empresa atinge-se (…)
comprando melhor, produzindo com melhor eficiência e vendendo melhor. E
são esses os três pontos em que nós estamos a trabalhar para melhorar os
resultados da empresa", disse Rogério Veiros.O
presidente do conselho de administração falava aos jornalistas após ser
ouvido na reunião da comissão eventual de inquérito ao setor público
empresarial regional, na delegação de Ponta Delgada do parlamento
açoriano.Rogério
Veiros admitiu ainda que o passivo da empresa, que pertence ao grupo
Lotaçor, registou no ano passado um aumento de 1,4%, notando que 2017
"foi o pior ano para a indústria conserveira a nível mundial", por via
do custo da matéria-prima."Não
é uma variação muito significativa e neste momento, já com a integração
das contas da Companha [empresa extinta que pertencia à Santa
Catarina], o passivo está a manter-se com alguma estabilidade",
assegurou.O
Governo Regional dos Açores adquiriu a empresa em 2009 para evitar que
encerrasse e anunciou em fevereiro deste ano que estavam em curso
negociações para a privatização da fábrica, uma solução também defendida
pelo presidente da empresa."A região, em 2009, fez a intervenção já assumindo que seria transitória, para devolver à esfera privada”, explicou.Segundo
o responsável da empresa, “o que está a acontecer é que o facto de a
Santa Catarina operar em regime de concorrência com outros operadores
privados, isso provoca algumas dificuldades à própria região em
sustentar e manter esta situação”.“E
eu não vejo outro caminho senão a privatização para resolver um assunto
que sempre foi assumido como transitório", acrescentou Rogério Veiros.A
fábrica Santa Catarina - Indústria Conserveira, SA é a maior
empregadora de São Jorge com 140 trabalhadores, gerando "13 milhões de
euros de ordenados na ilha" e, segundo Rogério Veiros, tem tido
dificuldade em contratar mais mão-de-obra."Neste
verão, com o aumento das pescas, queríamos até aumentar a produção e
não conseguimos contratar o número de trabalhadores que pretendíamos”,
apontou.O
presidente do conselho de administração assegurou ainda que este ano a
faturação vai aumentar devido a um aumento de vedas e do preço por lata
de conserva."Vamos
ultrapassar os oito milhões de faturação, nós crescemos de 2015 a 2017
cerca de 17% e, este ano, vamos crescer acima dos 20% na faturação e na
produção", assegurou.A acompanhar o aumento da produção, a Santa Catarina prepara-se para "aumentar a exportação".Os
produtos da conserveira Santa Catarina estão presentes sobretudo no
mercado nacional, no “mercado da saudade” (Estados Unidos da América e
Canadá, principais destinos da emigração açoriana), italiano, inglês e
noutros países europeus.