Conselho Superior da Magistratura admite "interditar" tribunais sem condições mínimas
10 de mai. de 2023, 17:53
— Lusa
"É
muito importante ainda que o CSM dê a devida atenção às condições
gerais de funcionamento dos tribunais quanto às suas instalações físicas
e equipamentos, com impacto na prestação digna e eficiente do trabalho
jurisdicional”, começou por dizer Luís Azevedo Mendes ao tomar posse no
cargo, em Lisboa. “Definir um mínimo de
serviço para o funcionamento dos tribunais, as condições mínimas
indispensáveis, quanto a instalações e meios de trabalho, vinculativas
para o Ministério da Justiça nas áreas em que a gestão lhe pertence, é
um objetivo a que me comprometo. Incumprido esse mínimo o CSM deverá
interditar o uso das unidades afetadas", declarou Luís Azevedo Mendes,
na cerimónia que teve a presença da ministra da Justiça, Catarina
Sarmento e Castro.A este propósito,
Azevedo Mendes referiu que durante o período das eleições para o CSM
visitou instalações que considera "impróprias para os que nelas
trabalham e para os cidadãos que as usam".Na
sua intervenção, lembrou que o CSM celebra em 2026, ainda durante o seu
mandato como vice-presidente, os 50 anos da criação deste órgão de
gestão, avaliação e disciplina dos juízes, e que no contexto dessas
comemorações "é de grande importância simbólica resolver de uma vez por
todas o problema das instalações dos serviços do CSM"."O
CSM não tem instalações próprias dignas do seu perfil institucional. Em
47 anos de existência, o CSM já mudou quatro vezes de sede, as últimas
três em edifícios arrendados, com elevados custos mensais. Entretanto,
desde 2018 está celebrado um protocolo com o Ministério da Justiça para
cedência do histórico edifício do antigo tribunal da Boa-Hora. Esperava e
espera o CSM que em 2026, quando celebrar os 50 anos, possa finalmente
ter a sua sede em edifício próprio, digno e de grande simbolismo", disse
Azevedo Mendes, prometendo estar "muito atento" a essa agenda e às
providências a tomar pela ministra da Justiça.A
cerimónia de posse contou ainda com a presença do presidente do Supremo
Tribunal de Justiça (STJ) e por inerência do CSM, Henrique Araújo, que,
no seu breve discurso, deixou uma palavra de "estímulo e coragem" ao
novo corpo dirigente do CSM e outra de "reconhecimento" a quem terminou o
mandato à frente do CSM.