Conselho Superior da Magistratura abre processo de averiguações ao caso João Rendeiro
BPP
6 de out. de 2021, 11:47
— Lusa/AO Online
“O
CSM não tem competência para sindicar decisões judiciais. Contudo,
considerando as várias notícias veiculadas nos últimos dias pela
comunicação social e algumas declarações prestadas em vários canais
televisivos todas relacionadas com os processos em que é arguido João
Rendeiro, o presidente do Conselho Superior da Magistratura determinou a
abertura de um processo de averiguações para efeitos de apuramento de
eventual responsabilidade disciplinar”, refere uma nota do CSM.João
Rendeiro, que a 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses
de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, está no
estrangeiro e em parte incerta, fugido à justiça.As
autoridades portuguesas já emitiram dois mandados de detenção, europeu e
internacional, para o antigo presidente do BPP, para que o ex-banqueiro
cumpra a medida de coação de prisão preventiva. Num
artigo publicado no seu blogue Arma Crítica, João Rendeiro escreveu que
não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado e vai
recorrer a instâncias internacionais, avançando ter pedido ao advogado
para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou “bode
expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos”.Entretanto,
os ex-administradores do BPP Salvador Fezas Vital e Fernando Lima,
também condenados a penas de prisão, ficaram proibidos de se ausentarem
para o estrangeiro, tendo contribuído para este agravamento das medidas
de coação a fuga de João Rendeiro.O
também ex-administrador do BPP Paulo Guichard, a residir no Brasil,
comunicou que regressa esta semana a Portugal, para comparecer em
audiência no Juízo Criminal de Lisboa, não se opondo ao pedido de
entrega do passaporte.O
colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu
em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca
portuguesa.O
BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla
qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim
outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de
supervisão bancárias.