Conselho Nacional do PSD reúne-se para aprovar contas e debater situação política
25 de jan. de 2023, 09:41
— Lusa/AO Online
Trata-se da
primeira reunião do órgão máximo do partido entre congressos do ano e
acontece num período marcado por casos e demissões no Governo, mas em
que também surgem as primeiras críticas públicas internas à forma de
oposição de Luís Montenegro.Da ordem de
trabalhos consta a apresentação, discussão e votação do Relatório e
Contas de 2021 (em que se incluem as eleições autárquicas), a
apresentação, discussão e votação do Plano de Atividades e do Orçamento
do partido para 2023, bem como a apresentação do novo Regulamento de
Quotizações, que passará pela sua simplificação.O
último ponto é dedicado à análise da situação política, poucas semanas
depois de várias demissões de membros do Governo – incluindo a de Pedro
Nuno Santos – e numa altura em que continuam as notícias sobre polémicas
e casos judiciais a envolver alguns membros do executivo, como o
ministro das Finanças, Fernando Medina, o ministro dos Negócios
Estrangeiros (ex da Defesa), João Gomes Cravinho, ou do Ambiente, Duarte
Cordeiro.Também o PSD viu um destacado
apoiante de Luís Montenegro ser envolvido num caso judicial: a Operação
Vórtex, de que resultou a detenção do presidente da Câmara de Espinho
(PS) Miguel Reis (que renunciou ao mandato), envolveu também buscas à
residência de Joaquim Pinto Moreira e à apreensão do seu computador e
telemóvel.O deputado e ex-presidente desta
autarquia do distrito de Aveiro entre 2009 e 2021 não foi, por
enquanto, constituído arguido nem chegou ao parlamento o pedido de
levantamento de imunidade parlamentar, mas já deixou a vice-presidência
que ocupava na bancada do PSD e a presidência da comissão de revisão
constitucional.Questionado, múltiplas
vezes, sobre as consequências dos ‘casos’ no Governo, o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem afastado de forma taxativa o
cenário de dissolução, dizendo que “não é claro que surgisse uma
alternativa evidente e forte imediata ao que existe".Internamente,
a reunião do Conselho Nacional acontece algumas semanas depois de a
direção do PSD ter decidido abster-se na moção de censura da IL ao
Governo, tendo sido conhecida na semana passada uma declaração de voto
crítica dos deputados André Coelho Lima e Carlos Eduardo Reis, que
avisaram para os perigos da “ausência de demarcação” ou tibiezas dos
sociais-democratas.Na sexta-feira foi
também publicado um artigo no Expresso do candidato derrotado nas
últimas diretas, Jorge Moreira da Silva, em que critica o Governo, mas
também os partidos da oposição que “não arriscam a apresentação de
alternativas e limitam-se a um registo de combate”, anunciando que vai
promover, a partir de final de janeiro, “uma ampla discussão pública
sobre uma nova geração de políticas e de medidas capazes de posicionar
Portugal”.Nas últimas semanas, também o
ex-líder Rui Rio regressou ao espaço público – embora sem comentar
política nacional – e Pedro Passos Coelho tem aparecido, via redes
sociais, em almoços com figuras do partido como o ex-secretário de
Estado José Eduardo Martins, mas em silêncio desde que, em dezembro,
escreveu um artigo no jornal online Observador a apelar aos partidos
contra a despenalização da eutanásia que se comprometam a reverter a lei
no futuro, caso venham a ter maioria no parlamento.O
Conselho Nacional do PSD reuniu-se pela última vez em 11 de novembro
para aprovar o projeto de revisão constitucional do partido, uma reunião
que decorreu de forma pacífica, apenas com críticas pontuais à forma
como o processo foi conduzido.