Conselho Nacional do PSD pode decidir no dia 19 calendário eleitoral interno
9 de fev. de 2022, 17:58
— Lusa/AO Online
De
acordo com a convocatória da reunião, publicada no Povo Livre (o
órgão oficial do PSD), o segundo ponto da ordem de trabalhos da reunião é
o seguinte: “análise dos resultados das eleições legislativas e da
situação política e decisão sobre processo eleitoral para os órgãos
nacionais do partido”.Na
semana passada, no final da reunião da Comissão Política Nacional do
PSD, Rui Rio confirmou que irá deixar a presidência do partido e remeteu
para o Conselho Nacional a marcação a data das próximas diretas,
manifestando vontade de sair, no máximo, até ao início de julho.A
convocatória hoje divulgada permite, segundo fonte da direção explicou à
Lusa, dois cenários: ou os conselheiros consideram razoável este prazo
avançado pelo presidente do partido e só numa nova reunião do Conselho
Nacional votariam um calendário; ou é entendido que o processo de
substituição de Rui Rio deve ser mais rápido e ficará já estabelecida em
Barcelos a baliza temporal das diretas e do Congresso, cabendo depois à
direção fazer um cronograma completo a partir da decisão.Numa
altura em que ainda não há qualquer candidato assumido à liderança do
PSD, o calendário eleitoral não é unânime, com algumas figuras do
partido a defenderem um processo mais longo, de reflexão - e até com um
Congresso prévio às diretas -, e outras estruturas a preferirem um
calendário mais rápido, que permitisse ao partido ter um novo líder em
abril e Congresso em maio.“Acho
que o razoável é o partido resolver este assunto no primeiro semestre,
até ao início de julho. Se quiserem antecipar ainda mais pode-se
antecipar ainda mais”, afirmou Rui Rio, na passada quinta-feira.Fonte
da direção esclareceu nessa altura que a direção não iria levar
qualquer proposta de calendário à reunião de Barcelos, mas outros
conselheiros poderiam fazê-lo.A
ordem de trabalhos do Conselho Nacional de 19 de fevereiro, marcado
para as 16:00, no Auditório São Bento Meni, em Barcelos, tem ainda um
primeiro ponto, destinado a aprovar o orçamento do PSD para 2022 e a
fazer a repartição das receitas pelas instâncias do partido.De
acordo com os resultados provisórios das legislativas de domingo (e que
ainda não incluem os quatro deputados eleitos pela emigração), o PSD
conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76
deputados e cerca de 29% do total dos votos somando os valores obtidos
nas coligações de que fez parte na Madeira e dos Açores.Ainda
assim, quando se somarem os deputados da emigração, o PSD deverá ficar
abaixo dos 79 que tem atualmente e ficou a quase 14 pontos percentuais
do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.Na
noite de domingo, Rui Rio já tinha aberto a porta à saída da liderança
do PSD, cargo que ocupa desde janeiro de 2018, caso se viesse a
confirmar a maioria absoluta do PS nestas eleições legislativas (o que
aconteceu), considerando que dificilmente seria útil nessa conjuntura.