Conselho Europeu vai reagir a “cataclismo” na Europa desencadeado por Putin
Ucrânia
24 de fev. de 2022, 13:45
— Lusa/AO Online
“Na última noite, um
cataclismo atingiu a Europa. Uma agressão brutal desencadeada por
Vladimir Putin e pelo Kremlin contra seres humanos. Um ataque militar em
larga escala à população ucraniana. E este ataque injustificado e não
provocado é algo que não se via em território europeu desde o fim da II
Guerra Mundial”, declarou Charles Michel, após um encontro na sede da
NATO com o secretário-geral da Aliança e com a presidente da Comissão
Europeia.Charles Michel, que decidira na
quarta-feira convocar uma cimeira de urgência de líderes da União
Europeia (UE) para hoje – ciente de que “a situação estava a
deteriorar-se dramaticamente no terreno, mas sem saber que esta invasão
militar teria lugar durante a última noite”, admitiu -, adiantou que o
Conselho Europeu deverá chegar hoje a um acordo de princípio sobre um
novo “pacote de sanções maciças e direcionadas” a Moscovo, mas não só.“Também
decidiremos ajuda política, financeira e humanitária à Ucrânia e à sua
população. Cidades ucranianas foram atingidas e morreram pessoas
inocentes. Mulheres, homens e crianças estão a fugir para salvar a vida,
e precisam do nosso apoio mais do que nunca”, sublinhou.O
presidente do Conselho Europeu indicou que os líderes dos 27, entre os
quais o primeiro-ministro António Costa, irão também discutir na cimeira
de hoje à noite “as implicações geopolíticas, económicas e humanas
desta agressão contra a Ucrânia”.“Um
ataque à paz e segurança na Europa é também um ataque às fundações da
nossa UE, um projeto de paz e prosperidade para todos os europeus”,
comentou Charles Michel.A Rússia lançou
hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com
forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as
autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas
primeiras horas.O Presidente russo,
Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das
autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia,
cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a
“desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.O
ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade
internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos,
incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.A
situação vai ser discutida hoje à noite em Bruxelas pelos chefes de
Estado e de Governo da UE, numa cimeira extraordinária com início
agendado para as 20h00 locais (19h00 de Lisboa).