Conselho de Opinião recomenda que futuro Governo dê prioridade à revisão do contrato da RTP
22 de jul. de 2019, 12:33
— Lusa/AO online
Estas
são duas das cinco recomendações feitas pelo Conselho de Opinião (CO)
no relatório de cumprimento das obrigações de Serviço Público de Rádio e
Televisão e Projeto Estratégico de 2018, datado de 12 de julho, a que a
Lusa teve acesso.O órgão recomenda que o
futuro Governo "dê prioridade à revisão do Contrato de Concessão do
Serviço Público de Rádio e de Televisão e à respetiva consulta pública
prévia", bem como "se aposte numa RTP mais distintiva e digital, capaz
de melhor responder aos desafios da atual mudança do paradigma
tecnológico e de consumo audiovisual, sobretudo junto dos públicos mais
jovens".Além disso, o CO da RTP defende
que "sejam desenvolvidos instrumentos de avaliação, qualitativa e
quantitativa, incluindo os de autoavaliação, que permitam acompanhar de
forma sistemática o desenvolvimento e o cumprimento das metas e diversas
obrigações de serviço público de rádio e televisão".A
necessidade de se definir "um novo modelo de atuação e funcionamento
dos Centros Regionais dos Açores e da Madeira, aprofundando,
designadamente, a informação de proximidade e a sua programação própria"
e de um "plano de investimentos tecnológicos de emergência, devidamente
autorizado pelas tutelas dos ministérios das Finanças e da Cultura, que
permita ultrapassar a atual situação de obsolescência tecnológica", são
outras das recomendações.O CO considera
ainda "absolutamente necessário que o próximo Contrato de Concessão do
Serviço Público de Rádio e Televisão (CCSPRT), além das obrigações
elencadas, aponte e defina metas e objetivos, indicadores de eficiência,
objetivos de excelência e se exija a demonstração do seu efetivo
cumprimento", lê-se no parecer.No que
respeita à informação televisiva, o CO aponta "as horas e horas de
difusão de informação produzidas pela Euronews e emitidas,
principalmente, na RTP3, e reemitidas, por arrasto, nos serviços de
programas regionais dos Açores e da Madeira".Para
o órgão presidido por Manuel Coelho da Silva, "não está em causa o
contrato formalizado entre a RTP, SA, e a Euronews para a cedência ou
fornecimento de espaços noticiosos", mas antes se "fará a emissão dessas
horas e horas de informação noticiosa em direto a melhor forma de
cumprimento das obrigações de serviço público, estando assim ao abrigo
do CCSPRT, e são ou não efetuados os acompanhamentos avaliativos destes
diretos informatativos de produção externa".O
CO sublinha que, "em época de crescente desinformação, importa que se
reflita, em próxima revisão" do contrato, "sobre se é este o modelo de
oferta de programação de serviço público que se pretende implementar e
desenvolver, quer para o serviço de programas nacional noticioso, se
também para os serviços de programas de televisão regionais".