Conselho de Ministros aprova majoração de apoios a ex-trabalhadores da Cofaco
13 de ago. de 2021, 06:06
— Lusa/AO Online
O diploma “duplica os períodos de concessão
das prestações de desemprego destes trabalhadores (no máximo até 31 de
dezembro de 2023, caso não cessem antes)”, para além de majorar, em 20%,
os montantes do subsídio de desemprego, do subsídio social de
desemprego e do Rendimento Social de Inserção (RSI), explicou à Lusa
fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social.Quanto aos montantes do abono de
família para crianças e jovens e do abono de família pré-natal, são
majorados em 25%, indicou o Ministério do Trabalho.Por
outro lado, “a Segurança Social local vai proceder ao recálculo das
prestações, de forma automática, produzindo as majorações efeitos
retroativos a 01 de janeiro de 2021 (e cessando igualmente a 31 de
dezembro de 2023)”.A mesma fonte
esclareceu que são abrangidos pelo decreto regulamentar os
ex-trabalhadores alvo de despedimento que sejam titulares de subsídio de
desemprego, subsídio social de desemprego, abono de família para
crianças e jovens, abono de família pré-natal ou rendimento social de
inserção (RSI) e que residam nos Açores.
“Para beneficiarem das medidas previstas neste diploma, os
ex-trabalhadores têm que cumprir dois requisitos: ser titulares das
prestações referidas e serem residentes na Região Autónoma dos Açores,
em ambos os casos, a 11 de novembro de 2020”, detalhou.De
acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, foi hoje aprovado “o
decreto regulamentar que estabelece um regime especial e transitório de
facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento da duração de
apoios sociais aos ex-trabalhadores” da COFACO – Indústria de Conservas,
que foram objeto de despedimento coletivo decorrente do encerramento da
fábrica da ilha do Pico, em janeiro de 2018.Os
representantes dos ex-trabalhadores da Cofaco pediram em abril que
fossem desbloqueados os apoios da República às cerca de 160 pessoas que
trabalhavam naquela empresa na ilha do Pico.A
delegação sindical, constituída pelo Sindicato das Indústrias
Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Hotelaria e Turismo
(SITACEHT/Açores) e pela CGTP-IN, lembrou que a majoração de apoios aos
ex-trabalhadores da Cofaco, aprovada pela Assembleia da República,
nunca tinha sido regulamentada.Em maio de
2018, a conserveira Cofaco, dona do atum Bom Petisco, encerrou a fábrica
da ilha do Pico, despedindo 162 trabalhadores, com o compromisso de
abrir uma nova fábrica até janeiro de 2020, com capacidade inicial para
100 trabalhadores e a possibilidade de aumentar o efetivo até 250, mas,
entretanto, a empresa desistiu de avançar com o projeto.Em
setembro de 2020, foi aprovado na Assembleia da República um projeto de
lei que previa a criação de um programa especial de apoio social para
os ex-trabalhadores da Cofaco do Pico.