Conselho de Ministros aprova alterações à lei do tabaco
11 de mai. de 2023, 16:59
— Lusa
“O Governo aprovou
em Conselho de Ministros uma proposta de lei que dá passos firmes na
proteção das pessoas à exposição do tabaco. As embalagens de tabaco
aquecido passarão a ser equiparadas ao tabaco convencional, com
obrigação de apresentarem as advertências de saúde combinadas e passa a
ser também proibida a venda de produtos de tabaco aquecido com
aromatizantes nos seus componentes”, afirmou Manuel Pizarro,
esclarecendo que estas medidas produzem efeitos já a partir de 23 de
outubro.Na conferência de imprensa
realizada após o Conselho de Ministros, o governante realçou a
necessidade de transposição jurídica de uma diretiva europeia sobre esta
matéria e o impulso para “diminuir os estímulos ao consumo” e ajudar os
portugueses a “ultrapassar a dependência” do tabaco. “Temos
de ir mais longe em relação a este seriíssimo problema de saúde
pública”, frisou o ministro, que ainda assim fez uma “avaliação
positiva” da aplicação da lei atualmente em vigor. Para
Manuel Pizarro, “não há nenhuma boa razão para não equiparar o tabaco
aquecido ou cigarros eletrónicos ao tabaco convencional”, defendendo que
estes novos mecanismos para o consumo representam um risco por darem a
ilusão de não terem efeitos sobre a saúde, o que, sustentou o ministro
da Saúde, ainda não está comprovado.“O
tabaco aquecido e os cigarros eletrónicos têm um efeito: Procurar criar
nos mais jovens a ilusão de que é um tipo de adição que não prejudica a
sua saúde. Mas não se sabe se prejudica ou não a saúde… Há dados
preliminares de estudos de outros países que indicam aumento das doenças
cardiovasculares, doenças oncológicas e doenças respiratórias, mesmo
com estas formas mais atenuadas do tabagismo”, referiu.O
governante destacou na sua intervenção as preocupações com os mais
jovens para a adoção das medidas e restrições aprovadas, reiterando a
meta de ter uma “geração livre de tabaco até 2040”.“Com
esta alteração legislativa começaremos hoje a proteger os adultos de
amanhã. Quando propomos como objetivo ter uma geração livre de tabaco
até 2040, falamos das crianças de hoje que poderão crescer em ambientes
com menos fumo, ambientes em que o tabaco seja menos atrativo e que
chegarão à maioridade com menor exposição ao fumo e menos contacto com o
tabaco no seu quotidiano”, sintetizou.Entre
as medidas anunciadas, Manuel Pizarro enfatizou o “alargamento da
proibição de fumar ao ar livre dentro do perímetro de locais de acesso
ao público de uso coletivo, sobretudo nos espaços onde estão pessoas
mais vulneráveis, sejam equipamentos de saúde ou escolares e a
impossibilidade de criação de novos espaços reservados a fumadores nos
recintos onde isso ainda é permitido em áreas fechadas”.Para
os estabelecimentos que têm os seus espaços adaptados aos procedimentos
legislativos que entraram recentemente em vigor, a eliminação
definitiva do fumo em áreas fechadas só entra em vigor a partir de 2030,
permitindo-lhes recuperar o investimento realizado.Por
outro lado, o ministro realçou ainda, a partir de 2025, a extensão da
proibição de venda de tabaco em locais onde é proibido fumar e uma
“redefinição dos espaços onde é permitida a instalação de máquinas de
venda automática”, face aos condicionalismos que isso representa para o
controlo da venda a menores. “São medidas
que propomos que entrem em vigor apenas em 2025, mas parece-nos fazer
pouco sentido que se promova a venda de tabaco em espaços onde é
proibido fumar e que não se tenha em conta que a generalização da
presença de máquinas de venda automática dificulta muito a fiscalização
da compra de tabaco por menores de idade”, resumiu.