Conselho de Ilha da Terceira não dá parecer sobre Plano e Orçamento dos Açores para 2021
17 de mar. de 2021, 16:17
— Lusa/AO Online
“Era
ineficaz o parecer do Conselho de Ilha, uma vez que depois da entrada
na Assembleia [Legislativa Regional] dos documentos do Governo, o
Governo não os pode alterar. Só a própria Assembleia é que os pode
modificar, portanto entregar ao Governo um parecer neste momento não
teria eficácia, dado que o Governo já não podia mexer nos documentos que
entregou na Assembleia”, afirmou o presidente do Conselho de Ilha da
Terceira, Ricardo Barros.É a primeira vez
que o órgão decide não emitir parecer sobre o Plano e Orçamento da
região, mas os Conselhos de Ilha das Flores e do Faial já tinham tomado a
mesma decisão nos últimos dias, com o mesmo argumento.A decisão do Conselho de Ilha da Terceira, que se reuniu hoje, contou apenas com uma abstenção e um voto contra.“É
uma grave infração da lei e um desrespeito obviamente pelo Conselho de
Ilha, sendo que é verdade que o Conselho de Ilha sempre procurou
colaborar com o Governo Regional no encontro de soluções para melhor
servir a nossa ilha e a nossa região”, frisou o presidente do órgão.Segundo
Ricardo Barros, o Conselho de Ilha tem 20 dias para dar parecer sobre a
anteproposta de plano anual da região e sobre as orientações de médio
prazo, mas a proposta final foi entregue na Assembleia Legislativa da
Região Autónoma dos Açores passados apenas seis dias depois de os
documentos terem chegado ao Conselho de Ilha.Para
além disso, acrescentou, a proposta enviada ao Conselho de Ilha no dia
12 de março, um dia depois de ter sido entregue na Assembleia
Legislativa, continha já uma “desagregação espacial desenvolvida e
atualizada”, ao contrário da anteproposta enviada no dia 05.“Nós
recebemos um documento, uma anteproposta, para dar parecer, sem termos
tempo de o fazer, depois o Governo altera-a e entrega na Assembleia o
documento”, salientou.O líder parlamentar
do PS, Vasco Cordeiro, enviou uma carta ao presidente da Assembleia
Legislativa dos Açores, Luís Garcia, a criticar a “flagrante violação da
lei” por a proposta de Plano ter sido entregue sem os pareceres dos
Conselhos de Ilha.Em resposta, Luís Garcia
disse que “tal facto não impede que as comissões permanentes [do
parlamento] desencadeiem o processo de análise dessas propostas".As
propostas de Plano e Orçamento dos Açores para 2021 serão discutidas e
votadas na Assembleia Legislativa dos Açores no plenário que arranca a 20 de abril.