Conselho de Ilha da Graciosa quer recuperar ligação aérea perdida no verão
17 de fev. de 2020, 15:16
— Lusa/AO Online
“Nos transportes
aéreos houve uma alteração do que tem sido o verão com a Graciosa:
passou-se a ter dois voos diretos com Ponta Delgada, mas foi subtraído
um outro. Haviam 14 toques por semana e passou-se a ter 13, sendo que à
quarta-feira apenas existe um voo. A nossa revindicação é, pelo menos,
continuar a ter-se os 14 toques”, defendeu Vítor Fonseca, em declarações
à agência Lusa.O Conselho de Ilha, existente nas nove ilhas dos Açores, é um órgão de natureza consultiva.O
tema dos transportes consta do memorando enviado ao Governo Regional
dos Açores, que visita oficialmente a Graciosa entre quarta a
sexta-feira, no âmbito da imposição estatutária do executivo
deslocar-se, pelo menos uma vez por ano, às ilhas sem secretarias
regionais.O também empresário revindica
que no capítulo dos transportes marítimos haja “mais regularidade”, na
sequência da alteração dos horários na ligação com a ilha vizinha
Terceira e de carga contentorizada, o que implica “transtornos enormes à
ilha”, além dos que foram impostos pela passagem do furacão Lorenzo.Apesar
de manifestar solidariedade para com a ilha das Flores, o presidente do
Conselho de Ilha recorda que um dos navios da Transportes Marítimos
Graciosense (TMG), que abastece a Graciosa, “foi deslocado para aquela
ilha durante algum tempo, o que trouxe transtornos, apesar de ter sido
uma situação pontual”.Vítor Fonseca refere
que no setor da construção civil, no memorando o executivo açoriano é
alertado para a falta de areia, há cerca de três meses, na ilha, o que
“está a colocar em causa os projetos em curso”, uma vez que a Graciosa
não consegue extrair este material para consumo local, estando
dependente da areia do mar.De acordo com o
presidente do Conselho de Ilha, a alternativa tem sido recorrer à
importação de algumas massas pré-fabricadas, o que “não é viável a longo
prazo”, sendo necessário analisar “porque falhou o abastecimento
regular e procurar uma solução satisfatória”, em colaboração com o
Governo Regional. Neste momento, o
abastecimento de areia à Graciosa é feito através de dragas que operam
nas ilhas Terceira e Faial, apesar de haver dragas mais pequenas que
desenvolvem atividade na costa da ilha, em zonas devidamente
licenciadas.No setor da saúde, o Conselho
de Ilha reivindica a deslocação de mais médicos especialistas à
Graciosa, que não possui hospital, mas sim centro de saúde, sendo que
todas as consultas da especialidade obrigam a deslocações ao exterior ou
à ida de profissionais de saúde àquela parcela.“Claro
que a segunda opção é sempre mais confortável, mas reconhecemos que a
escassez de especialistas, de forma particular em algumas
especialidades, faz que com não seja muito regular a sua vinda à
Graciosa”, afirma.Vítor Fonseca considera
que, apesar do anúncio do Governo Regional de aumento do número de
médicos especialistas na ilha, “ainda não se conseguiu atingir o
suficiente”. A ilha Graciosa, classificada
pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, localizada no grupo
central do arquipélago dos Açores, é das mais pequenas parcelas dos
Açores, a par de Santa Maria e Corvo, tendo cerca de 4.300 habitantes,
sendo das mais afetadas pelo abandono de população.A
ilha tem um concelho, Santa Cruz da Graciosa, constituído por quatro
freguesias: Vila de Santa Cruz, Vila da Praia, Guadalupe e Luz.