Conselho de Ilha da Graciosa pede mais meios na saúde e pergunta sobre venda do hotel
21 de jul. de 2024, 15:26
— Lusa
No memorando elaborado a
propósito da visita estatutária do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), a
que a agência Lusa teve acesso, o Conselho de Ilha pede um “ponto de
situação sobre a alienação e o futuro" do único hotel da ilha.A
“cessão ou alienação” dos hotéis detidos pela região nas ilhas das
Flores e Graciosa, atualmente concessionados à fundação Inatel, foi
anunciada pelo Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), pela primeira vez,
em junho de 2022.Os processos de
privatização foram suspensos devido à rejeição do Orçamento para 2024,
tendo sido retomados pelo XIV Governo Regional (também de coligação
PSD/CDS-PP/PPM) durante esta legislatura, de acordo com uma resolução do
Conselho de Governo revelada em 13 de junho que autorizou a alienação
em hasta pública dos hotéis.Além de
esclarecimentos sobre o hotel, o Conselho de Ilha questiona o executivo
regional sobre o “plano de deslocações de médicos para prestar consultas
de especialidade” na Graciosa.Aquele
organismo quer ainda saber se o “estado de conservação” da Unidade de
Saúde da Ilha Graciosa (USIG) salvaguarda o edifício de ocorrências como
a registada no Hospital de Ponta Delgada, onde deflagrou um incêndio a
04 de maio.“Para quando o reforço e
estabilização do quadro médico da USIG? Qual a previsão para o reforço
do quadro da USIG com técnicos superiores de saúde, assistentes técnicos
e operacionais conforme as necessidades prementes?”, interrogam os
conselheiros.Na educação, o Conselho de
Ilha alerta para a necessidade de uma “urgente intervenção” nos
edifícios da Escola Básica e Secundária da Graciosa e para a importância
de aumentar o parque de estacionamento daquela escola.O
Conselho de Ilha quer conhecer as previsões para a regulamentação do
regime que incentiva a fixação de professores e questiona o Governo
açoriano sobre um eventual reforço de assistentes operacionais,
assistentes técnicos e técnicos superiores na escola da ilha.O
organismo pede explicações acerca da redução dos apoios à manutenção do
património baleeiro e reivindica a instalação de gruas nos portos de
Santa Cruz e da Folga.No memorando, onde
são feitas questões ao Governo Regional sobre várias áreas, os
conselheiros solicitam um “ponto de situação” da intervenção na marina
da barra e da concessão e conservação das Termas do Carapacho.O
organismo propõe, também, alterações nas ligações marítimas: “Apesar da
taxa de ocupação de passageiros ser baixa, é elevada a taxa de ocupação
de viaturas, havendo a necessidade de reforço de ligações na operação
da Linha Branca da [empresa] Atlânticoline passando de duas para três
escalas semanais”, lê-se no documento.O
Conselho de Ilha lamenta ainda “que não tenha sido criada uma
alternativa ao fim dos encaminhamentos aéreos para as ilhas sem
‘gateway’”, uma vez que nessas ilhas não existem voos para o exterior
dos Açores.O Governo dos Açores vai
iniciar na segunda-feira uma visita estatutária à Graciosa, onde vai
inaugurar a reestruturação do Centro de Processamento de Resíduos,
anunciar a requalificação do centro de saúde e reunir-se com o Conselho
de Ilha.O Conselho de Ilha é um órgão
consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e
assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos de cada
assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia, um
representante do Governo Regional (sem direito a voto) e vários membros
das organizações sociais, ambientais, culturais e empresariais da ilha.