Conselho de Ilha alerta que saúde é “calcanhar de Aquiles” das Flores nos Açores
20 de jun. de 2023, 05:52
— Lusa/AO Online
“A
questão da saúde é o calcanhar de Aquiles porque temos outro problema
relacionado com a questão demográfica. Estamos a perder, ano após ano,
gente que troca a ilha das Flores por outras paragens por uma questão de
saúde. É uma realidade que não podemos esconder”, afirmou José António
Corvelo.O presidente do Conselho de Ilha
das Flores falava aos jornalistas no Centro Cultural de Santa Cruz, após
a reunião entre aquele organismo e o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM),
integrada na visita estatutária do executivo à ilha do grupo Ocidental
do arquipélago.Corvelo alertou que existem
“freguesias muito envelhecidas” na ilha das Flores que estão a
“caminhar para serem zonas completamente desabitadas”.“Notamos
que há muita gente numa fase avançada da sua vida que opta por fixar-se
noutras ilhas onde têm cuidados de saúde mais próximos. Temos vários
casos conhecidos que abandonam a ilha e vão viver, por exemplo, para São
Miguel, para terem outros cuidados de saúde”, salientou.O
concelho de Santa Cruz das Flores foi o município com a maior quebra no
número de residentes (11,8%) entre 2011 e 2021 nos Açores, segundo os
Censos.Após a reunião, aos jornalistas, o
presidente do Governo dos Açores afirmou que o despovoamento é uma
“realidade europeia” que ataca o arquipélago “no seu todo”, sendo
necessária uma “estratégia a médio e longo prazo” para fixar população.Bolieiro
defendeu a implementação de “medidas estruturantes para a fixação da
população residente e para a capacidade de atração de novos residentes,
por via da imigração ou pela mobilidade interilhas”.Para
combater o despovoamento, o líder do executivo regional disse ser
necessário ter “estratégias de empregabilidade de tal ordem cativantes”
que permitam recorrer a imigrantes.“Os
dados do índice de atividade económica dos Açores nos últimos 24 meses
apontam para uma economia a crescer. Há uma dinâmica na nossa economia
hoje. O que registo de principal queixa é a falta de mão-de-obra, que
depois também combina com a dificuldade da demografia”, apontou.