Conselho da Diáspora Açoriana vai ter 33 elementos
4 de jul. de 2019, 10:28
— Lusa/AO Online
"Em 33
conselheiros, dois terços são membros da diáspora, sendo dezanove
conselheiros a eleger pelas açorianas e pelos açorianos no mundo, e
menos de um quarto são membros do Governo [Regional] ou da Administração Pública regional", disse Rui Bettencourt, falando no parlamento dos
Açores no debate em torno deste órgão. Os
19 conselheiros a eleger pelos açorianos da diáspora, acrescentou o
governante, "estão distribuídos por áreas geográficas onde a presença
açoriana é mais expressiva": cinco nos Estados Unidos; cinco no Canadá;
cinco no Brasil; um representante dos açorianos da Bermuda, um no
Uruguai, um no território nacional, fora do arquipélago, e outro no
resto do mundo."Temos consciência dos
desafios que teremos pela frente, na divulgação e na explicitação deste
Conselho da Diáspora. Será um trabalho de terreno, para o qual contamos
com uma forte implicação de todos. Trabalharemos com mais de 1000
entidades (...) e em particular as Casas dos Açores, que são,
naturalmente, parceiras do Governo dos Açores, nesta estratégia de
afirmação dos açorianos da diáspora", concretizou o secretário regional
do executivo socialista.E prosseguiu:
"Este é o momento para criar um mecanismo que vise o reconhecimento,
como açorianos, daqueles que se identificando à nossa região, desejam
nela participar". A proposta de criação
do Conselho da Diáspora Açoriana havia sido anunciada pelo presidente do
Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, numa visita às comunidades da
Califórnia em fevereiro deste ano, e o texto que formaliza o órgão foi
hoje aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa dos Açores.O
hemiciclo açoriano foi globalmente elogioso para com a iniciativa, com o
deputado do CDS-PP Artur Lima a recordar passagens pela diáspora onde
era "evidente" o "carinho e a alegria" de quem recebia comitivas de
açorianos."Nota-se o amor, e não é
excessiva a palavra, que [as comunidades] têm aos Açores, à sua terra. E
mesmo em segundas e terceiras gerações, pessoas que nunca vieram aos
Açores, há esse carinho, uma coisa extraordinária", disse.O
PSD, pela deputada Elisa Sousa, sustentou ser necessário o criar de
"instrumentos que possam aproximar os Açores dos açorianos no mundo",
como é disso exemplo o conselho aprovado.A
parlamentar advogou ainda ser importante criar "condições para atenuar a
distância" dos que estão fora, sendo que "por vezes" esse afastamento
"é mais físico que outra coisa qualquer".O
Bloco de Esquerda, pelo deputado António Lima, defendeu que o
"estreitar de laços" entre a região e as comunidades emigradas "deve
fazer parte das opções políticas da região, do Governo Regional".O
bloquista falou depois no caso dos Estados Unidos e da atual política
face aos emigrantes, temendo que "amanhã" os "inimigos" do país sejam os
"emigrantes que já lá estão" e não só os que tentam chegar do México.Pelo
PPM, o deputado Paulo Estêvão, foi sublinhada a diáspora como "cada vez
mais influente" em cargos políticos nos vários países em que se
encontra: "A comunidade açoriana é uma comunidade de sucesso em muitos
destes países", prosseguiu.O monárquico
destaca ainda o "capital de apoio e simpatia" dos açorianos pelo mundo
para fortalecer a região, faltando ainda, advoga, "potenciar do ponto de
vista económico e político todo este capital".O
PS, partido que apoia o executivo regional, valorizou, através do
deputado José San-Bento, o "novo patamar, o patamar nunca antes
alcançado, de relacionamento entre a região" e as comunidades açorianas
que agora pode ser estabelecido com a criação do Conselho da Diáspora
Açoriana.