Congresso de Academias do Bacalhau junta na ilha Terceira cerca de 450 pessoas
11 de out. de 2017, 11:05
— Lusa/AO Online
“Temos já 33 academias confirmadas com
representação na ilha Terceira, o que é excelente atendendo ao ‘timing’.
Por norma, os congressos são em setembro. Aqui, para nos podermos
candidatar a fundos oficiais, tinha de ser na época baixa”, adiantou, em
declarações à Lusa, Francisco Aquilino Pereira, presidente da Academia
do Bacalhau da Ilha Terceira, que organiza o evento.A expectativa
da organização é que cheguem de outras ilhas, do continente português e
do estrangeiro 380 compadres de Academias do Bacalhau, o que, a somar
aos mais de 70 compadres da academia organizadora já confirmados, dá
cerca de 450 participantes.As Academias do Bacalhau são
associações sem fins lucrativos que têm como lemas “a portugalidade, a
amizade e a solidariedade", angariando fundos para causas sociais.A
primeira foi criada em Joanesburgo, na África do Sul, em 1968, por
emigrantes portugueses, e atualmente existem 58 academias espalhadas por
todo o mundo.O 46.º congresso conta com a participação de
pessoas de mais de uma dezena de países, como Estados Unidos da América,
Canadá, Venezuela, Brasil, África do Sul, Angola, Moçambique, Namíbia,
Suazilândia, França, Luxemburgo, Reino Unido ou Bélgica.Além dos
trabalhos oficiais do congresso, em que serão discutidas mais de uma
dezena de moções, com vista à alteração dos regulamentos das academias, o
programa inclui passeios pela ilha, visitas aos principais pontos de
interesse turístico, a demonstração de várias manifestações culturais
tradicionais, como as festas do Espírito Santo e as touradas à corda, e
jantares com produtos típicos.“Queremos mostrar o nosso
património natural e edificado, os nossos costumes, a nossa gastronomia,
a nossa música, para que eles se sintam bem e queiram voltar um dia. E
ao voltar que tragam outras pessoas”, frisou Francisco Aquilino Pereira.Segundo
o presidente da Academia do Bacalhau da Ilha Terceira, o congresso é
uma oportunidade de divulgação turística dos Açores e terá um “tremendo
impacto económico” na ilha.“São algumas largas dezenas de
milhares de euros de investimento neste congresso. É de longe compensado
pelas receitas que vão entrar na região, pela vinda dessas pessoas cá,
porque vão gastar nos hotéis, na restauração, nos souvenirs”, salientou,
acrescentando que por norma os compadres das academias têm uma idade
média elevada e “não olham a despesas”.No jantar de gala do
congresso serão entregues verbas a três instituições da ilha Terceira,
angariadas através de doações de compadres de academias de todo o mundo.Está
ainda prevista uma visita da representação da Academia do Bacalhau de
Paris a uma instituição de Angra do Heroísmo, que recebeu em 2016 uma
doação, no âmbito do programa “Roupa sem fronteiras”.Fundada há
14 anos, a Academia do Bacalhau da Ilha Terceira tem atualmente cerca de
150 compadres regulares e uma participação nos jantares, a que chamam
de sessões de trabalho, de 70 pessoas em média.Esta é a segunda
vez que o Congresso Mundial das Academias do Bacalhau se realiza nos
Açores, onde existem três academias, tendo o primeiro decorrido na ilha
de São Miguel.