Congressista lusodescendente quer combate a sistema de imigração "avariado”
12 de nov. de 2018, 17:41
— Lusa/AO online
Em entrevista
à Lusa, a eleita pelo Partido Democrata que vai representar o 3.º
distrito de Massacuhsetts qualificou o sistema de imigração nos EUA de
“avariado” e disse que é “papel do Congresso consertá-lo”.“Pelo
que sei, quando eles [os deputados] não fazem o seu dever, famílias
como aquela em que eu cresci ficam, proporcionalmente, mais difíceis.
Comunidades como as que eu vou representar – Lowell, Lawrence, Haverhill
– ficam proporcionalmente mais difíceis”, comentou.Segundo
Lori Trahan, 11 milhões de pessoas vivem indocumentadas nos EUA e é
preciso “encontrar um caminho de solução”, “encontrar uma nova narrativa
sobre a imigração”, dizendo que os “imigrantes são uma parte importante
da história e um componente importante da economia”.Lori
Trahan defendeu que as negociações terão de ser focadas sobre as
migrações de famílias, nos critérios para aceitar imigrantes e no
funcionamento do sistema de vistos, tendo em conta também os
trabalhadores originários dos EUA e os défices de competências no país.No
que diz respeito ao ‘Green Card’ (cartão de residente permanente), que
muitos portugueses querem obter ao fim de alguns anos a residir e
trabalhar nos EUA, Lori Trahan salientou que os processos têm de ser
eficientes e que “não há razão para pessoas ficarem encalhadas num
sistema avariado, durante três anos, ou cinco, ou para algumas
nacionalidades, mesmo 12 anos”.“Entro
com uma visão completa sobre como um sistema avariado pode prejudicar
as pessoas, - pessoas do nosso distrito, pessoas ‘encalhadas’ no sistema
- e vou lutar para o por a funcionar”, disse Lori Trahan à Lusa.A
deputada disse conhecer “o sofrimento que [o sistema] cria para alguém
que quer planear o seu futuro financeiro ou que tenta perceber o que vai
acontecer com a sua família”.A
nova deputada mostrou-se orgulhosa com o facto de ser a sua eleição ser
um sinal dos tempos e de afirmação das mulheres no espetro político.Agora,
até à tomada de posse a 03 de janeiro, o objetivo é encontrar “quem são
as pessoas que vamos trazer para o governo para construir uma operação
de que nos vamos orgulhar”, explicou.Neste
período, Trahan já está ocupada com a logística e com os recursos
humanos em que se vai basear durante os dois anos do mandato, que vão
estar repartidos em dois lugares: Washington e pelo distrito que
representa, “para que as pessoas sintam que estão a ser servidas e
ajudadas”.A
“fase de transição”, como a futura representante lhe chama, consiste em
várias semanas de visitas a Washington, à câmara baixa, para os novos
membros receberem orientações e conhecerem os processos e os trabalhos
que se vão desenvolver a nível federal.Em
entrevista telefónica à Lusa, Lori Trahan, disse que a nova composição
da Câmara dos Representantes é um sinal de que se vão fazer mudanças nos
EUA em políticas de imigração e de representação das comunidades.“Estou ansiosa de ir em frente e fazer parte de uma nova liderança”, constatou a lusodescendente.“Uma
das coisas pelas que estou incrivelmente entusiasmada é ir para
Washington com 100 mulheres na Câmara dos Representantes, um número que
ainda pode crescer, porque ainda há contagens que não foram
finalizadas”, afirmou Lori Trahan, que nos últimos seis anos se dedicou,
com a empresa que fundou, a recrutar mulheres para os quadros e para a
liderança de várias empresas e corporações.Lori
Trahan foi chefe de gabinete do congressista Marty Meehan por quase dez
anos e disse ter noção do “esforço hercúleo” que é necessário para
algumas mudanças legislativas Congresso.