Fátima/90 anos
Conflitos entre Estado e Igreja na I República dominam novo volume de Documentação Crítica de Fátima
O combate do "Estado contra a Igreja, durante a Primeira República", que teve em Fátima "o seu maior teatro de guerra", domina o oitavo volume da Documentação Crítica de Fátima, hoje lançado.

Autor: Lusa / Ao online
    Este volume - o terceiro tomo do quarto volume - abrange o período de 13 de Outubro de 1924 a 31 de Dezembro de 1925, contendo 249 documentos - 85 cartas, 27 documentos de carácter oficial, três notas ou apontamentos, uma fotografia e 133 artigos ou correspondências em publicações periódicas.

    Contextualizando o período de tensão nas relações entre o Estado e a Igreja naquele período, Teixeira Fernandes, na introdução ao volume editado pelo Serviço de Estudos e Difusão (SESDI) do Santuário de Fátima, escreve que "o Estado desenvolvia uma política anti-religiosa, permeada de agressividade e de violência".

    "A sua inspiração vinha-lhe das correntes ideológicas então dominantes, nomeadamente nos sectores políticos", com Fátima a servir, naquela época, de "palco e de detonador do despertar da consciência católica", escreve o autor da introdução ao volume hoje apresentado.

    Segundo o padre Luciano Cristino, director do SESDI, documentos "de grande importância" inseridos no livro "são os que se referem à entrada de Lúcia na Congregação de Santa Doroteia".

    No volume hoje lançado não constam artigos publicados no jornal "A Voz da Fátima" - publicação oficial do Santuário -, uma vez que o Santuário programa editar em Fevereiro do próximo ano um CD com todos os números daquele mensário que se publica desde 13 de Outubro de 1922.