Confinamento com escolas abertas reduz índice de transmissibilidade abaixo de 1
Covid-19
12 de jan. de 2021, 12:03
— Lusa/AO Online
Numa
apresentação, no âmbito da reunião que junta no infarmed políticos
e especialistas em saúde pública, sobre a evolução da incidência e da
transmissibilidade do vírus no país ao longo das últimas semanas, na
qual se verificou um agravamento acentuado da pandemia de covid-19, o
epidemiologista avisou para as consequências de não se tomarem de
imediato medidas para travar o ritmo de transmissão, cujo Rt nacional
está atualmente em 1,22. “Se não fizermos
nada, mantendo-se o Rt atual, o número de casos e hospitalizações vai
continuar a aumentar de forma exponencial. Se implementarmos essas
medidas por duas semanas, o Rt volta a aproximar-se de 1. Se for por um
mês, já se começa a ver uma redução em todos os cenários. Quanto maior
for o confinamento, maior será a redução da transmissão”, sublinhou. Depois
de revelar que o Rt passou de 0,98 no dia 25 de dezembro para 1,2 no
dia 30, Baltazar Nunes traçou então diferentes cenários de confinamento
para janeiro e fevereiro, que previam a continuidade das aulas
presenciais para todos os ciclos, a suspensão de atividade letiva
presencial acima dos 15 anos e o encerramento total das aulas
presenciais, como ocorreu em março e abril de 2020. Segundo
as estimativas da equipa coordenada pelo investigador do INSA, um
confinamento com “as escolas em regime presencial é suficiente para
trazer o Rt para baixo de 1”, mas a descida será superior se houver
suspensão das aulas para os alunos com mais de 15 anos e ainda mais
acentuada numa eventual suspensão total da atividade letiva.Atualmente,
o Rt nacional é de 1,22. A nível de distribuição geográfica,
verifica-se que a região Norte tem o índice de transmissibilidade mais
baixo, com 1,18, seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (1,23), Madeira
(1,24), Centro (1,25), Alentejo e Açores (1,27) e Algarve (1,29).Paralelamente,
Baltazar Nunes analisou os efeitos das medidas de restrição aplicadas
pelo Governo ao fim de semana nos últimos meses, considerando que “a
incidência estava a crescer a 3% no período anterior ao confinamento ao
fim de semana” e depois passou a registar-se “uma tendência de redução
de 1,4% a 1,9%”, sendo essa diminuição também visível no impacto em
hospitalizações.