Confiança dos consumidores e clima económico diminuem em junho
29 de jun. de 2022, 09:30
— Lusa/AO Online
“O indicador de
confiança dos consumidores diminuiu em junho, após ter aumentado nos
dois meses anteriores e de ter registado uma diminuição abrupta em
março”, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE), acrescentando
que “o indicador de clima económico diminuiu em maio e junho, depois de
ter estabilizado em abril”. Já
o saldo das perspetivas dos consumidores relativas à evolução futura
dos preços “aumentou em junho, após ter diminuído nos dois meses
precedentes e de ter registado em março o maior aumento da série, o qual
superou em larga medida o valor máximo anterior”.Segundo
o INE, “os indicadores de confiança aumentaram em junho na indústria
transformadora, no comércio e, de forma ligeira, nos serviços, tendo
diminuído de forma expressiva na construção e obras públicas”.Os
saldos das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos
preços de venda aumentaram na construção e obras públicas, no comércio e
nos serviços, tendo atingido no primeiro caso o máximo da respetiva
série, enquanto na indústria transformadora observou-se uma diminuição
nos últimos dois meses, após ter atingido em abril o máximo da série.De
acordo com o instituto estatístico, a diminuição do indicador de
confiança dos consumidores “resultou do contributo negativo de todas as
componentes: expectativas relativas à evolução futura da situação
económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da
realização de compras importantes por parte das famílias e opiniões
sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar”.O
saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação
económica do país diminuiu em junho, após ter aumentado nos dois meses
precedentes e de ter registado em março a segunda maior diminuição da
série.Na
mesma linha, o saldo das perspetivas relativas à evolução futura da
situação financeira do agregado familiar também recuou em junho, depois
dos aumentos observados nos dois meses anteriores e da segunda maior
diminuição da série registada em março.Quanto
ao saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços, aumentou nos
últimos nove meses, prolongando a trajetória acentuadamente ascendente
iniciada em março de 2021 e igualando o máximo da série atingido em maio
de 2008. Já
o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços aumentou
em junho, após ter diminuído nos dois meses precedentes e de ter
registado em março o maior aumento e o valor mais elevado da série
iniciada em setembro de 1997.Quanto
à evolução do indicador de confiança na indústria transformadora,
“deveu-se ao contributo positivo das perspetivas de produção, tendo as
apreciações relativas aos ‘stocks’ de produtos acabados contribuído
negativamente e as opiniões sobre a evolução da procura global
apresentado um contributo nulo”.O
indicador de confiança aumentou no agrupamento de ‘bens de
investimento’, tendo diminuído nos agrupamentos de ‘bens de consumo’ e
de ‘bens intermédios’.Por
seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas
diminuiu “de forma expressiva” em junho, contrariando o aumento
registado em maio, refletindo a evolução no último mês “o contributo
negativo das duas componentes, apreciações sobre a carteira de
encomendas e perspetivas de emprego, mais intenso no último caso”.No
setor do comércio, o indicador de confiança aumentou em junho, após ter
diminuído no mês anterior, refletindo o contributo positivo das
opiniões sobre o volume de vendas e das perspetivas de atividade da
empresa, tendo as apreciações sobre o volume de ‘stocks’ contribuído
negativamente. Em junho, o indicador de confiança aumentou no ‘comércio por grosso’ e diminuiu no ‘comércio a retalho’.Quanto
ao indicador de confiança nos serviços, aumentou “ligeiramente” em
junho, contrariando a diminuição observada no mês precedente e retomando
o valor máximo desde junho 2006. “O
comportamento do indicador resultou do contributo positivo das
apreciações relativas à atividade da empresa, tendo as opiniões sobre a
evolução da carteira de encomendas e as perspetivas relativas à evolução
da procura contribuído negativamente”, explica o INE.