Autor: LUSA/AO Online
O evento, realizado em parceria com a Fundação Internacional de Salto
e Vara (IPNLF), vai, segundo uma nota do gabinete de imprensa do
executivo dos Açores, reunir líderes governamentais de vários países,
bem como armadores, pescadores, associações do setor, comerciantes,
indústria, investigadores e membros de organizações não-governamentais. Um dos objetivos do evento é a partilha das melhores práticas, a par
da identificação dos desafios relacionados com a utilização de artes de
pesca artesanais em diferentes regiões, bem como a avaliação do
potencial que representam em termos de valorização do pescado. O
secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, citado na
nota de imprensa, declarou que há a necessidade de “sensibilizar a
comunidade internacional para a importância de defender o salto e vara
como uma arte ambientalmente sustentável”. O governante defendeu
que este tipo de pesca “deve receber um tratamento distinto da pesca
industrial”, uma vez que “salvaguarda a preservação do atum e respeita o
ecossistema marinho”, não afetando animais marinhos como, por exemplo,
os golfinhos. “Esta iniciativa reveste-se de grande
importância para todas as regiões que utilizam o salto e vara e, em
particular, para os Açores, onde os pescadores utilizam esta técnica
desde os anos 50 do século XX”, afirmou Gui Menezes, para quem a região,
ao promover a iniciativa, assume “uma posição de liderança no contexto
mundial na defesa desta técnica de pesca artesanal”. De acordo
com o executivo, a sustentabilidade da pesca do atum tem sido “uma
preocupação” defendida junto da Comissão Europeia e da Comissão
Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT),
subscrevendo-se a implementação de medidas mais restritivas à faina
industrial da espécie com base em redes de cerco e tecnologias de
agregação de peixe, bem como a criação de corredores marítimos livres
deste tipo de dispositivos. Além de Portugal, participam na
Conferência Internacional de Salto e Vara os Estados Unidos da América,
África do Sul, Reino Unido, Espanha, Senegal, Cabo Verde, Japão,
Maldivas, Alemanha e Bélgica.